terça-feira, 13 de outubro de 2015

3º Mês

Com essa vida mansa que estou levando engordei 3 Kg! Preciso me cuidar e parar de comer todas as guloseimas que vejo pela frente! 

Meu estado geral está muito bom. Me sinto bem, graças à Deus! 

Consegui sentir alguns parafusos e fiquei bem impressionada! Marido, filha e minha irmã Sharon também sentiram. 

Tem um jeito que eu fico que dá pra ver os parafusos. Achei bem estranho no começo, agora estou acostumando. Sinistro!

Todos os dias eu vejo a cicatriz. Não sei explicar porque, mas tenho um sentimento de amor por ela. 

Fico feliz sempre que termino de me vestir e me vejo no espelho! As roupas agora ficam no lugar certo e isso é muito bom!

Como a fadiga persistia entrei em contato com o meu médico e ele me liberou para fazer uma hora de esteira por dia. Só caminhada, nada de correr.

Faço a caminhada diariamente com a minha amiga e vizinha Luiza e está me fazendo muito bem! Ao longo do mês pude perceber que a fadiga diminuiu bem. O cansaço não vem assim tão facilmente. Minha locomoção melhorou muito também. Não fico mais igual a um robozinho.  

O engraçado é que o povo tá todo enlouquecido na academia treinando forte e eu lá no passo da tartaruga! Alguns ficam olhando pra mim sem entender nada. Eu me divirto! kkkkk

O INSS me afastou por três meses apenas e precisei voltar lá para pedir a prorrogação, já que meu médico determinou que eu ficasse seis meses em casa. Não consegui passar pela perícia por causa da greve. Remarcaram para final de novembro. 

Minha recuperação está indo muito bem. Não fossem as intercorrências (faringite, infecção de urina e alergia) acredito que teria sido bem mais fácil! 

O saldo desse terceiro mês é muito bom! Estou feliz! 










2º Mês

No segundo mês eu já conseguia fazer alguns passeios. Nada muito demorado ou cansativo. No carro eu já não precisava mais do travesseiro, nos outros locais ainda sim. 

Consegui perceber que as cadeiras do comércio de Campinas não são nada confortáveis! :(

A fadiga ainda era minha companheira. As caminhadas diárias estavam me ajudando a ter mais fôlego, mas ainda assim me sentia cansada com facilidade.

Espirrar começou a ser menos estranho. A dor na região abdominal acabou.  

Consegui usar sutiã com fecho atrás e foi tranquilo. A cicatriz está ficando bem bonitinha! 

Em casa já conseguia guardar algum objeto fora do lugar e arrumar a cama. Sem dar aquela jogada de lençol, manja?! Era esticando um pouquinho aqui e um pouquinho ali e no final a cama ficava mais ou menos....rs

Também dobrava as roupas que a minha filha tirava do varal e conseguia guardar as peças que ficavam em gavetas mais altas, nas gavetas mais baixas minha filhota guardava. 

Lavei a louça do jantar certa noite (copos, pratos e panelas) e marido quando viu me deu a maior bronca. Eu, como esposa obediente que sou, não lavei mais....rs

Na cozinha já conseguia preparar lanches rápidos. Uma refeição completa ainda não. 

Essas pequenas tarefas domésticas já me deixaram bem feliz. As poucos a vida ia voltando ao normal.  

Tivemos alguns dias de frio e eu fiquei com dor novamente. Cogitei com marido de irmos morar no Nordeste! 

Tirando os dias de frio, tudo ia bem até que tive febre e um mal estar terrível. Fui parar no Pronto Socorro e o diagnóstico: infecção de urina. O médico me receitou um remédio e eu tive uma reação alérgica fortíssima. Precisei retornar ao Pronto Socorro e com uma nova medicação melhorei. Minha sogra ficou em casa me ajudando com tudo porque eu passei alguns dias na cama.

Recebi a visita da Pamela e do Henrique, meus primos queridos e fiquei muito feliz! 

Mamis começou a ficar mais tranquila vendo meus progressos. 

Papai ficou feliz em me ver tão bem em tão pouco tempo.

Com isso fechamos mais um mês. Que venham os próximos!



























terça-feira, 6 de outubro de 2015

4ª semana em casa

Sarei da faringite, o tempo esquentou e meu estado geral melhorou muito!

Voltaram as aulas da minha filha e com isso eu passei a ficar sozinha no período da tarde. Basicamente eu passava as tardes assistindo seriados ou lendo.  

Como ainda não podia abaixar quando algo caia no chão - e isso acontecia com uma frequência cada vez maior  - eu pegava com o pé ou deixava lá até uma alma caridosa pegar pra mim! 

As dores amenizaram. Um comprimido de dipirona voltou a resolver a situação. 

A fadiga continuava. A dor no omoplata melhorou um pouco. Espirrar continuava sendo tenso. 

Deitar de lado, virar e levantar na cama começou a ficar um pouco mais fácil. Fiquei menos robô.

Já conseguia tomar banho sozinha e me vestir. Só precisava de ajuda para lavar a região da cicatriz e colocar os sapatos.

A única tarefa doméstica que fazia era o café. Ainda assim porque era na cafeteira elétrica e eu só precisava colocar o pó e a água.

:)

Passei a fazer 20 ou 25 minutos de caminhada por dia.

Consegui ir na missa e jantar no shopping, mas sempre com o travesseiro no carro e levando meu travesseiro inflável para todos os lugares. As pessoas ficavam olhando, só que eu não estava nem aí. Em primeiro lugar meu bem estar.

Fui de enfeite no supermercado. Meu marido e filha fizeram as compras e eu só acompanhei os dois. 

Minha filha passou mal e precisou vomitar algumas vezes e eu sem pensar acabava me abaixando para socorrê-la e com isso fiquei com dor uns dois dias. Mãe é mãe não tem jeito. Dipirona e repouso me deixaram melhor. 

Para fechar a semana fui na minha consulta de um mês com o Dr. Marcus. Levei chocolates e um coração cheio de gratidão. Agradeci por tudo que ele tinha feito por mim e disse que estava muito feliz com o resultado. Ele, sempre gentil e humilde, me deu um sorriso acanhado e abaixou os olhos dizendo que apenas tinha feito seu trabalho. Eu retruquei "e que trabalho, hein?! Não é para qualquer um sair abrindo as costas dos outros, colocando uns parafusos e mudando toda uma vida, hein?! Hein?!". Ele sorriu novamente.

Um lorde esse Dr. Marcus! E eu uma ogra! Uma ogra bocuda e feliz! :P

Ele viu meu Raio X e meu exame de sangue. Confirmou que a anemia acabou e suspendeu o ferro que eu estava tomando. Disse que tudo que eu estava sentindo era normal e que a partir do segundo mês os incômodos iam diminuir bastante. Especialmente na região do omoplata. Essa parte tinha sido muito mexida e por isso eu sentia tanto.

Ele viu minha cicatriz e disse que a cicatrização estava muito boa. Fez novamente a recomendação de não pegar peso, abaixar e rotacionar o tronco. Perguntei se já estava liberada para alguma atividade e ele disse que apenas caminhada. Uma hora por dia. E liberou subir e descer escada. Com moderação. 

Isso foi ótimo porque para chegar na portaria do meu condomínio eu precisava dar o maior rolê por meio das rampas de acesso. Com a liberação, bastava subir e descer uma escadinha.

Tudo o que eu não tive coragem de perguntar antes da cirurgia eu perguntei nessa consulta. Aí fiquei sabendo que "o barato é louco!!". Furaram minhas vértebras, colocaram parafusos e cimento ortopédico misturado com meus ossinhos dos bicos de papagaio triturados. Punk, não?!

Aí eu perguntei porque eu sentia dor na região abdominal e ele disse que era por causa da posição que fiquei durante a cirurgia. E imagino que por causa da pressão também, né?! Pensa no médico lá furando suas vértebras? Nada delicada a cirurgia, hein?! Jesus!

Como disse um amigo do meu marido: "sua esposa é bruta!". 

Esqueci de perguntar com quantos graus eu fiquei. Agora saberei só na próxima consulta que será no dia 10/11/2015. Se bem que pra mim não faz diferença nenhuma, mas tenho curiosidade em saber.

Fui na perícia do INSS. O médico disse que ia me afastar do trabalho, mas não disse por quanto tempo. Meu médico disse para eu ficar seis meses em casa. 

E assim completei um mês de cirurgia. Ufa! 














segunda-feira, 5 de outubro de 2015

3ª semana em casa

Marido voltou a trabalhar nessa semana e eu fiquei em casa só com a minha filha. Durante o dia eu ficava quietinha e minha filha me ajudava no que era preciso. Banho eu só tomava quando o marido chegava do trabalho. 

Na hora do almoço minha vizinha e amiga Luíza me ajudava. Ela fazia a comida e colocava na mesa. Foi assim praticamente a semana toda. Muita gratidão!

Um dia desses assistindo televisão passei a mão pela cicatriz e senti uma linha, até pensei em puxar - achei que era da blusa - sorte que perguntei pro marido o que era primeiro e ele me disse: "são seus pontos, sua maluca!". Aff....quase que arranco! kkkkk

Mudou o tempo aqui em Campinas e eu sofri demais com o frio!

Muita dor!! Voltei a tomar os 2 comprimidos que o meu médico receitou. Agora sei exatamente o que é sentir frio na espinha! Literalmente! E sei também que não é lenda a relação de pinos, parafusos e frio!

Não encontrava uma posição agradável para ficar. Sentada doía, deitada doía, andando doía...tudo doía. A dor na madrugada também voltou. 

A impressão é que toda a melhora que tive na semana passada não se manteve essa semana. Todos os movimentos voltaram a  ficar difíceis. 

Meu humor também não ficou nada bom. Fiquei bem azeda!

E sentia muito cansaço. Muita fadiga. Muita mesmo. Parecia velhinha que não podia ver uma parede que estava encostando e não podia ver uma cadeira que já estava sentando.

Fui até o Pronto Socorro tirar os dois pontos externos. Como meu médico é de São Paulo e eu de Campinas, ele me deu uma carta para levar até o Pronto Socorro. Passei com um ortopedista que tirou os pontos para mim. Foi rápido, fácil e indolor. E um alívio porque eu já estava bem incomodada com as "linhas de pesca" penduradas nas minhas costas!! 

O ortopedista que me atendeu ao ver meu Raio X disse que a cirurgia tinha sido muito bem feita e que tudo o que eu estava sentindo era normal. 

No final da semana comecei a sentir dor na garganta, muita moleza e a tossir muito. Se espirrar era tenso, tossir mais ainda. Me sentia muito mal e meu marido precisou me levar ao Pronto Socorro novamente.

Chegando lá o diagnóstico: faringite! Nunca tive isso na vida, aí pego isso bem na recuperação da cirurgia. Fui premiada, hein?!

#sqn

Tomei medicação na veia e voltei pra casa um pouco melhor. Só que precisei tomar codeína. Bendita seja a codeína! Meu médico receitou a dipirona para dor e a codeína para dor forte. Desde que saí do hospital eu não tinha precisado tomar a codeína porque a dipirona resolvia, só que com as crises de tosse a dor nas costas era insuportável. E aí...não teve jeito. Dá-lhe codeína! 

Minha cicatriz que era apenas um fiozinho de cima até embaixo ficou mais grossa por causa de tanta tosse que eu tive. 

Minha sogra cuidou de mim, da filhota e da casa enquanto meu marido trabalhava porque eu não tinha condições de nada.

Fiz exame de sangue e pelo menos a anemia havia acabado. 

Semana difícil, viu?! 















quinta-feira, 1 de outubro de 2015

2ª semana em casa

E não é que de uma semana para outra as coisas melhoraram?

A fraqueza acabou. Voltei a ficar coradinha. O apetite voltou.  

Dor forte daquelas de enlouquecer não tive mais. Tive algumas dores, algumas dorzinhas, muitos incômodos e várias sensações esquisitas.

Ficava sentindo uns "choques" que percorriam minhas costas inteiras. Sentia muita coceira também. Só que a coceira era lá dentro, não sei explicar. Era bem estranho. Sentia umas fisgadas também. 

O inchaço diminuiu. A região do omoplata continuava doendo.

Tiramos o curativo da cicatriz de uma vez. Que alívio! A sensibilidade nas costas ainda era muito grande e trocar o curativo era dolorido demais! 

A cicatriz já estava bem sequinha, mas eu sentia um pouco de dor nos dois pontos externos. O meu médico deu dois pontos - um em cima e outro embaixo - o restante era ponto interno. E esses dois pontos me incomodavam.

Comecei a passar uma pomada na cicatriz e um óleo que me deram no hospital.

Para virar de um lado para o outro na cama era dolorido (doía a região do omoplata). Conseguia dormir de lado, mas bem pouco tempo, logo já precisava ficar de barriga para cima. 

Sentar e levantar só se fosse bem devagar. Continuava andando feito um robô.

Já conseguia levantar da cama sozinha. Ainda era dolorido, mas de madrugada quando precisava ir ao banheiro, eu ia sozinha e assim deixava meu marido descansar. Durante o dia eu pedia para ele me guinchar...rs

Já era possível pentear os cabelos e me alimentar sozinha. Para tomar banho e me vestir ainda precisava de ajuda. Escovar os dentes estava um pouco mais fácil. 

Ao longo dessa semana minha força para acionar a descarga e a torneira voltaram.

No dia 21/7 saí de casa pela primeira vez. Eu precisava tirar um Raio X para levar na consulta de um mês de operada e como meu marido ia voltar a trabalhar na outra semana, achamos melhor já deixar o Raio X pronto.

Tomei banho e meu marido me ajudou a me vestir. Como eu ia pra rua, pedi para ele me ajudar a colocar o sutiã (daqueles tipo nadador, sabe?! Que abre na frente?! O de gancho atrás não tive coragem de colocar).

Quando me vi no espelho de sutiã comecei a chorar. Meu marido e minha filha ficaram sem entender.

Foi a primeira vez na minha vida que o sutiã ficou reto! Descobri a escoliose aos 12 anos bem na época que comecei a usar sutiã e eles sempre ficavam tortos. Ou na frente ou nas costas. Nunca vestiam da forma correta e não importava o modelo do sutiã. Todos vestiam mal. E eu sempre tive paixão por sutiã e isso me incomodava muito. Foram 22 anos usando sutiã torto, sabe o que é isso?!

Fiquei feito menina que coloca o primeiro sutiã! Foi um momento forte pra mim. Caiu a ficha que meu corpo tinha mudado! Passada a emoção fiquei eufórica e já pedi para o meu marido me levar no shopping porque eu queria comprar todos os sutiãs disponíveis!!! Um de cada cor e modelo!!! :)

Aí já fiquei pensando no biquíni que finalmente ia vestir certo e eu não ia mais ter vergonha de ir na piscina e na praia...

Para ir até a clínica levei um travesseiro para colocar no encosto do carro e levei um pequeno (daqueles infláveis) para usar lá na clínica. E foi ótimo porque sem ele eu não ia conseguir sentar confortavelmente na cadeira.

Fiz o exame e fiquei muito emocionada quando vi o resultado da cirurgia! Ah....estava muito sensível! Eram muitas emoções para um dia só!

Eu me sentia tão bem que depois do exame paramos para lanchar. Cheguei em casa um pouco cansada e precisei deitar.

No dia 23/7 era a estréia do filme Carrossel e minha filha estava doida pra ver. Falei para o meu marido para irmos ao cinema e se eu não me sentisse bem a gente voltava pra casa. Expliquei para a minha filha e ela entendeu.

Então fomos para o cinema, levei meu travesseiro inflável e deu tudo certo! Assistimos o filme, comemos pipoca e depois ainda fomos comprar uns sutiãs novos pra mim!

Do mesmo jeito cheguei em casa cansada, mas feliz! Não precisei tomar remédio, um bom banho e cama foram suficientes para me deixarem bem.

A vida estava entrando nos eixos novamente.....nossa rotina estava voltando....que delícia!