sexta-feira, 28 de agosto de 2015

1º dia no Quarto

Cheguei no quarto me sentindo bem, mas ainda estava assustada com a dor que tinha sentido por causa da colocação da fralda. Fiquei pensando que ela seria trocada em algum momento.... :(

Quando vi minha família no quarto comecei a esquecer da fralda....

Marido, filha e mamis já estavam lá (aliás eles ficaram no hospital o tempo todo!!! Só amor por eles!). 

Aí meu pai, madrasta e minha irmã Jéssica entraram no quarto. Quando minha irmã veio falar comigo ela estava tão emocionada....acho que a última vez que vi ela chorando ela devia ter uns 3 anos....aí eu também comecei a chorar. E as duas chorando sem parar, aí eu sentia dor e ela pedia desculpas e aí eu dava risada e sentia dor também...rs...aí combinamos de parar de chorar e de rir! 

Meu tio Pedro foi me ver também e levou minha vó (aquela que estava chorando sem parar na véspera da cirurgia!) e adivinhem?! Ela levou um monte de chocolates pra mim!! Dos bons!! rs

Tia Rose e Tio Ricardo também estavam lá. Foi muito bom ver todos ali!

(maior galera no quarto!! O Hospital era bem tranquilo no quesito visita!)

Sempre que chegava uma refeição meu marido me ajudava. Apesar de já conseguir me mexer um pouco, ainda estava tudo meio dolorido. E eu continuava bem inchada. A impressão que tinha era que além dos parafusos na coluna, haviam colocado um bebê na minha barriga! :P

As visitas foram embora. Marido e filhota ainda ficaram mais um pouco e depois foram também (esses dois só iam embora segundos antes do horário da visita terminar...rs).

Comecei a ficar com vontade de fazer xixi. E a vontade foi aumentando e se transformando em dor e a dor só aumentando. Não conseguia fazer xixi na fralda. Não podia sair da cama e comecei a ficar bem agitada.

Minha mãe não sabia mais o que fazer comigo. Chamou a enfermeira e ela disse que quando tira a sonda é normal essa dificuldade e que poderia levar até umas 6 horas para normalizar e até esse tempo se eu não fizesse xixi ela passaria uma sonda de alívio, mas que seria melhor que eu fizesse na fralda porque com sonda sempre existe o risco de infecções. Eu já estava mais de 4 horas sem sonda.

Eu pensei "Risco de infeccção?! Não, obrigada. Vou fazer esse xixi e é agora!!". E nada. E nada. E nada. Passou uma hora e nada. E a dor aumentando. Pedi para minha mãe chamar a enfermeira novamente. Ela veio e disse que ia pegar o material para passar a sonda de alívio. Antes dela voltar eu consegui fazer xixi na fralda. Ufa! 

E a dor passou no mesmo momento. Muito maluco. Estava sentindo muita dor, MUITA DOR e aí fiz xixi e nada de dor. 

Bateu o desespero. Ela ia trocar a fralda. E para isso ia levantar meu quadril.....a enfermeira chegou com o material e eu disse que havia conseguido fazer. Ela então chamou outra enfermeira para trocarem a minha fralda. 

Eu tratei de apertar o botão da bomba de morfina, mas ainda assim foi muito dolorida a troca.  

(agora deixa eu conversar com você mãe: troque a fralda do seu bebê sempre que perceber que está cheia! É muito desagradável ficar com a fralda cheia de xixi!! - ainda bem que eu sempre trocava a fraldinha da minha filha assim que ela fazia xixi!!!).

Fui medicada. Tomei remédio para dor, para fazer o intestino funcionar, uma injeção anti-coagulante na barriga bem dolorida, etc, etc, etc...

Depois de tudo isso eu e mamis dormimos um pouco. 

Acordei de madrugada com dor, mas antes mesmo de chamar a enfermeira ela apareceu para me dar medicação. Voltei a dormir.






























quarta-feira, 26 de agosto de 2015

UTI - parte II

Amanheceu. Pela manhã me sentia muito fraca. Trouxeram o café da manhã e minha mãe chegou. Ela me ajudou a tomar o café com leite e a comer algumas bolachas.

Meu médico veio me ver. Conversamos um pouco e ele disse que ia me dar alta da UTI e que eu iria para o quarto mais tarde.

Comecei a ficar bem esquisita. Meu marido chegou e assumiu o lugar da minha mãe. Ele percebeu que eu não estava muito bem. Minha pressão caiu. 7x5 e a glicemia também estava bem baixa. Me deram soro e aos poucos fui melhorando.

Não consegui almoçar direito. O estômago estava bem "embrulhado". E eu não tinha força pra nada.

A fisioterapeuta veio me ver e disse que eu deveria ficar sentada e fazer exercícios respiratórios. Se estivesse com força eu teria dado gargalhadas. Pensei essa aí é doida. Mal consigo respirar, como vou sentar?!

Pois é. Ela disse "Vamos. Vc precisa sentar e fazer exercícios respiratórios!" e eu tive vontade de chorar. Só pensava: Como assim?! Deixa eu quieta aqui, por favor!!!".

Marido todo carinhoso me disse que ia conseguir. E lá fui eu.

A fisio me levantou e minha cabeça começou a rodar, fiquei sem ar. Ela dizia que era assim mesmo e que era pra eu respirar fundo.

Cada vez que eu respirava a sensação que eu tinha era que estava tudo "grudado" lá dentro e começava a "desgrudar". Muito estranho. Muito dolorido. Queria chorar, mas fiz tudo o que ela me mandava.

Aos poucos fui me sentindo melhor. E percebi que a Áurea (fisio) era a minha malvada favorita!

Continuei com os exercícios respiratórios mais um pouco e a Áurea me deitou novamente.

Comecei a querer sair logo dali. Os exercícios me fizeram muito bem.

Fui medicada e fiquei lá esperando a alta. Marido trocou com a mamis e mamis quando soube nem acreditou que eu tinha ficado sentada em tão pouco tempo de operada.

Ficamos aguardando arrumarem o quarto para que eu pudesse ter alta.

Minha mão estava com o acesso ainda e muito muito inchada e sensível. Perguntei para a enfermeira se ela podia tirar o acesso dali e colocar no outro braço e ela prontamente trocou. Que alívio!

Ela também tirou a sonda e até que foi tranquilo, mas eu ainda não podia andar e então como ia fazer xixi?!

Pois é...colocaram uma fralda em mim. Senti muita dor. Muita DOR. Quase morri quando levantaram o meu quadril para colocar a bendita fralda. Apertei o botão da bomba de morfina e a dor foi amenizando. Pior momento até aqui.

Me prepararam para a alta da UTI e a ida para o quarto. 

Quando saí da UTI vivi momentos de muita emoção. Assim que a porta da UTI abriu vi minha filha lá me esperando. Linda. Toda preocupada, queria saber se eu estava bem, me fez carinho e me entregou uma cartinha linda!! 

Eu e ela ficamos muito emocionadas. 

Depois fui de elevador para o quarto e saindo do elevador vi meu pai, minha madrasta e minha irmã Jéssica. Todos bem emocionados também.












































UTI - parte I

Meu médico já tinha me avisado que eu sairia do centro cirúrgico direto para a UTI. Então eu tratei de avisar todo mundo que isso ia acontecer para ninguém ficar assustado.

Porque...né...vc pergunta: "e aí tudo bem, como foi a cirurgia?" e a resposta é "ela tá na UTI!". A pessoa já pensa que aconteceu algum problema!

Cheguei na UTI um pouco atordoada ainda. Não lembro de ter visto meu marido e minha mãe. Eles me disseram que foram me ver pouco depois da minha chegada lá. Por volta das 13h00/14h00.

Minha mãe ficou lá comigo a tarde toda e eu não lembro.

Só lembro deles na visita das 17h30.

Foi perto desse horário que me dei conta que estava ligada em um monte de coisa. Bomba de morfina, aparelho que monitora o coração, soro, sonda, dreno, e por aí vai....E que estava com muita fome e muita sede! Pedi para a enfermeira água e ela me deu só um pouquinho e disse para eu tomar bem devagar para não vomitar. Disse também que eu iria jantar mais tarde.

Não conseguia me mexer. 

A morfina já estava fazendo efeito e eu até que me sentia bem. Só tinha um pouco de frio, apesar do cobertor. 

Meu marido veio me ver (pela segunda vez) e estava muito emocionado. Eu também. Não tinha sido fácil, mas conseguimos! 

Ele me contou a conversa que teve com o meu médico e disse que eu estava com uma cara boa. Perguntei da nossa filha e ele disse que ela estava doida para me ver, mas só poderia quando eu fosse para o quarto por determinação do hospital. Nunca fiquei longe dela desde o nascimento. Foi difícil para nós duas. 

Marido me deu um beijo e disse que ia sair para a Tia Rose e a Tia Pi entrarem. Pedi que ele voltasse depois.

Primeiro a Tia Rose veio me ver e depois a Tia Pi. As duas muito emocionadas (acredito que a reação de todos era de alívio por me verem bem! Eu me senti muito amada!).

Depois lembro de falar com a minha mãe para ela ir tomar um banho e descansar que eu tinha condições de ficar sozinha na UTI. Ela insistiu, mas entendeu que precisava descansar para "dar conta" de cuidar de mim quando eu fosse para o quarto. E depois, na UTI ela teria que dormir em uma poltrona. No quarto não, tinha um sofá-cama bem bom. E essa decisão foi ótima, porque ela conseguiu descansar e assim enfrentar os dias no quarto.


Marido voltou. Conversamos um pouco e quando ele já estava indo embora chegou o meu jantar. Aí ele ficou e me deu a comida na boca. Estava faminta e comi tudo! Aquela comida do hospital estava ótima! rs

Depois ele foi embora para cuidar da nossa pimpolha e descansar. Mamis e tias também foram embora. O dia tinha sido de fortes emoções!

Não consegui dormir nada. Eu dava alguns cochilos e só. Era um entra e sai de médicos e enfermeiros. Cada hora vinha um e monitorava uma coisa, aplicava um medicamento...a equipe da dor vinha e me perguntava de 0 a 10 qual era a minha dor? Respondi 8, depois 4 e 3. Elas disseram que eu estava indo muito bem.

Uma enfermeira vinha sempre checar o dreno. E dizia que estava indo bem também.

Me explicaram que eu estava ligada na bomba de morfina e essa liberava medicamento de hora em hora, mas se eu precisasse de mais era só apertar um botão que deixaram ao alcance da minha mão. Coloquei na minha cabeça que eu não ia apertar o botão. Só quando eu realmente não aguentasse de dor.

Eu passei a noite sozinha na UTI e foi a melhor coisa que fiz. Minha mãe não ia conseguir dormir e as enfermeiras eram ótimas, cuidavam super bem de mim. Especialmente a Iracema. Uma doçura de pessoa!

De madrugada eu falei pra ela que precisava escovar os dentes. Ela deu risada e disse "você não pode sair dessa cama, mas vamos dar um jeito!". Saiu e voltou com um enxaguante bucal. Não era a mesma coisa, mas ajudou! rs






segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Antes e depois


Eu cheguei no hospital com 53 kg, 1,60 m e sem nenhum parafuso.

Depois da cirurgia eu fiquei com 55 kg (muito inchada!!), 1,64 m e 20 parafusos.

Abaixo o antes e o depois por dentro e por fora:

antes e depois desvio coluna escoliose

Fico chocada quando vejo esse Raio X. Não é incrível?! 

desvio na coluna


(esses pontinhos nas minhas costas na foto do meio foram feitos pelo meu marido com caneta....momento descontração pré-cirurgia...algo do tipo: "vamos ver onde o Dr. vai cortar?!") rs

Nessa foto a giba é bem perceptível, não?!

Gente, devo confessar....nunca imaginei na minha vida publicar fotos assim! Eu morria de vergonha de aparecer nas fotos de costas. Já rasguei e já deletei muita foto! Só que tudo na vida a gente supera, né?! 

Agora vejam o resultado. Eu gostei muito!! Tudo nivelado. Cintura dos dois lados. Na foto não dá pra perceber, mas meu ombro direito era bem caído e isso me incomodava muito. Agora ele tá retinho! Eu fico falando "Eu tenho ombro! Eu tenho ombro!" :D

Só quem tem desvio na coluna entende! Feliz!!! :)

A cirurgia foi feita para que eu pudesse ter mais qualidade de vida, porque viver com dor ninguém merece. Só que Deus é tão bom que além disso eu tive um bônus sensacional que foi a questão estética.

Alguns podem pensar: "tá, mais você ficou com uma cicatriz enorme!". Sim, fiquei. 30 cm. E ela é a marca do milagre de Deus na minha vida. É a marca da minha vitória. Não foi fácil chegar até aqui e toda vez que vejo minha cicatriz lembro do quanto eu sou FORTE!

Todo mundo agora aplaudindo o Dr. Marcus e sua equipe!! Clap clap clap






Cirurgia

Às 6h40 vieram me buscar. Dei um tchau pra minha mãe que ficou com cara de choro, mas aguentou firme. 

(achei que eu ficaria muito nervosa nesse momento, mas até que fiquei bem...o sentimento era de "vamos logo com isso!")

Me levaram para uma sala com várias macas. Uma enfermeira mediu minha pressão e verificou a minha temperatura. Depois vieram dois anestesistas e me fizeram várias perguntas. Eles me passaram muita segurança, disseram pra eu ficar tranquila que o meu médico era muito experiente e que em breve eu já estaria bem. 

E me deixaram lá...eu estava com muita fome. Muita fome. Estava em jejum desde às 22h00 do dia anterior. 

E aí além da fome, me deu sede e vontade de fazer xixi. Eu - inocente - sabe de nada - achei que era só perguntar pra enfermeira onde era o banheiro e ir lá....que nada....a enfermeira veio com a "comadre" e falou pra eu fazer ali mesmo. 

E eu fiquei com aquela cara de "oi?!". Ela disse levanta o quadril. Eu levantei. Ela colocou a "comadre" e disse agora relaxa e faz. 

Ah tá....simples assim....#sqn

A tal da comadre era gelada e fazer xixi deitada não é nada agradável....mas a vontade era tanta que fiz ali daquele jeito. Péssimo! 

Aí avisei que tinha terminado e ela me deu um papel para eu me enxugar. Que ótimo! Super legal! #sqn2

(mal sabia que iria passar por situações ainda mais estranhas!)

Depois de algum tempo finalmente me levaram para o centro cirúrgico. Eram 7h50. Antes de ir pedi para a enfermeira avisar a minha mãe que eu estava indo para lá. 

Minha mãe me disse depois que ela avisou e que levou um susto, pois achava que eu já estava no centro cirúrgico. 

Chegando no centro cirúrgico fiquei espantada com a quantidade de gente que tinha lá dentro. Enfermeiro, instrumentador, anestesista e sei lá mais quem.....

Não vi meu médico, nem o assistente dele e isso me deixou um pouco nervosa. Perguntei onde estavam e me disseram que estavam se preparando para a cirurgia. 

Eles começaram a colocar eletrodos nos meus tornozelos (servem para monitorar a medula óssea durante o procedimento cirúrgico) e passavam uma "fita"...eu comecei a ficar igual uma múmia! 

Percebi que estava muito frio lá dentro. 

Lembro que eles estavam muito atarefados para um lado e para o outro checando tudo. Um enfermeiro bem bonzinho colocou o acesso na minha mão e mais algumas coisas que só entendi depois. 

Na minha frente tinha um quadro com uma espécie de "check list". E apareciam três colunas: Pré-anestesia, Pré-incisão e Pós-operatório. 

Estávamos na coluna Pré- anestesia. E eles iam ticando o que ia sendo feito. Quando chegou mais ou menos na metade da lista eu já estava bem nervosa e pedi para me colocarem pra dormir, um deles disse: "Ainda não, fica aqui, você é legal!" e começou a conversar comigo para descontrair. 

E eles continuaram ticando, ticando....dali a pouco veio o enfermeiro bonzinho e colocou uma "almofadinha que saía ar" no meu nariz e lembro que ele me perguntou três vezes se eu estava acordada. Lembro de ter respondido duas vezes que sim e na última vez não consegui mais responder. Apaguei.

Durante a cirurgia, minha mãe, meu marido e filha, Tia Rose e Tia Pi ficaram no quarto aguardando informações. Fizeram oração, conversaram e tentaram ficar calmos. 

A cirurgia durou três horas mais ou menos. 

Quando acordei estava bem atordoada e com dor (mas era uma dor que eu já havia sentido antes, não era nada absurdo). 

Sei que comecei a chorar muito. Primeiro por estar viva e depois por ter terminado aquela agonia de "vou operar a coluna". 

Não dá pra negar que dá medo fazer uma cirurgia desse porte. Eu tive medo. Muito medo. Pedi muito à Deus para dar tudo certo. E naquele momento eu agradeci chorando muito. 

Uma enfermeira me vendo chorar tanto perguntou: "você está com muita dor?!". Eu respondi: "não. Tô viva!" e sorri para ela. Ela me devolveu o sorriso. 

Aí eu perguntei se minha família já sabia que eu estava bem e ela me explicou que meu médico estava conversando com o meu marido naquele momento. 

(marido disse que meu médico contou que tudo havia corrido bem, que eu havia ficado estável durante todo o procedimento, que perdi pouco sangue e que ele conseguiu corrigir 70% da escoliose, que só operou a parte torácica mesmo e que eu tinha agora 20 parafusos na coluna. Disse ainda que eu ia ficar bem feliz com o resultado).

 Os enfermeiros me colocaram numa maca e me levaram para a UTI.














quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Dia da internação

Ficou acertado que eu iria internar às 0h00 do dia 7/7 e deveria chegar no hospital às 23h30 do dia 6/7.

Nosso carro estava lotado. Além das malas, tinha brinquedo, travesseiro e cobertor. Combinei de encontrar a minha mãe no hospital. 

No dia 6/7 fomos para São Paulo na hora do almoço (eu, marido e filha). A ansiedade era muita para ficar em casa esperando as horas passarem. 

Almoçamos na estrada e fomos para a casa da minha Tia Rose. E foi ótimo! Lá nós conversamos, vimos filme, demos risadas (todo mundo nervoso, mas tentando disfarçar...rs...eles pensam que me enganam...tsc..tsc..).

Minha avó (que já tem mais de 80 anos) me ligou. Aí ela começou a chorar no telefone e dizia: "mas vc vai ter q operar mesmo?!". Minha vontade era desabar e chorar, mas fui forte e disse: "vó, fica tranquila! Quando eu for para o quarto a senhora vai lá me visitar. Na quarta-feira a senhora vai lá me ver! Tá bom? E por favor leve chocolates. Dos bons, tá?!" Ela riu e disse que ia levar muitos chocolates.

(ela é muito velhinha....fiquei com o coração apertado, não queria que ela sofresse!) 

Jantamos e partimos para a casa da Tia Pi. Meu marido e minha filha iam ficar hospedados lá. Arrumei as coisas para eles e dei uma milhão de instruções para a Pi! rs

(Pi está desnorteada até agora. Desculpe, Pi!)

Às 23h00 fomos para o Hospital. Chegando lá encontrei a minha mãe sentadinha na recepção. 

Vontade de chorar, mas eu sou forte e fiquei firme!

Fui na recepção e as meninas me disseram que às 0h00 elas iam me chamar para fazer a internação. 

Minha filha é muito abençoada...ela começou a fazer um "show de mágica". Foi ótimo. Demos risadas e ficamos lá esperando dar o horário.

Às 0h00 a atendente me chamou e eu e meu marido fomos preencher a papelada e ela nos conduziu até o quarto. Foi todo mundo: eu, marido, filha, mãe e Tia.

Minha filha disse que o quarto parecia hotel. Abracei meu marido, minha filha e a Tia e antes de chorar já fui dando tchau para eles. 

Fiquei no quarto com a minha mãe. Eu achei melhor meu marido ficar com a nossa filha (que já ia ficar sem a mãe) e a minha mãe ficar comigo no hospital. 

Dois enfermeiros apareceram no quarto e colheram sangue, checaram temperatura e pressão. Um deles me disse que era pra eu tomar banho por volta das 6h00 com um produto que ele deixou lá (era tipo um sabonete - acho que bactericida). Ele explicou que era para passar o produto no corpo todo, principalmente nas costas e perguntou se eu ia precisar de ajuda. Eu perguntei se a minha mãe poderia me ajudar e ele disse que sim.

Deixou lá uma camisola e a toalha e disse que era pra descansar.

Eu e mamis até tentamos dormir, mas não conseguimos. Aí ficamos conversando a noite toda. 

Quando era umas 5h00 já fui tomar banho e tomei um bem demorado (ops! eu sei, racionamento de água, mas eu estava nervosa!) 

Fiquei prontinha deitada na cama esperando virem me buscar. 












Dias antes da cirurgia e o que levar para o hospital

Dias antes da cirurgia eu estava uma pilha de nervos e tentava parecer calma sem muito sucesso :(

Eu ficava muito nervosa pensando na minha filha, no meu marido, na casa, em tudo....

Eu também tinha muito medo "de não dar conta". Li relatos de pessoas que diziam que sofreram demais, sentiram muita dor e aí eu pensava: será que eu vou aguentar??? 

Minha cirurgia foi inicialmente marcada para às 7h00 do dia 3/7 no Hospital Edmundo Vasconcelos, SP. 

Uns dois dias antes mudaram para às 10h00 só que no Hospital Alvorada e depois na véspera da cirurgia mudaram para 7/7 às 7h00.

Claro que todas essas mudanças só me deixaram ainda mais nervosa e aflita. Na véspera já estávamos com tudo pronto para colocar no carro e partir para São Paulo (eu moro em Campinas) quando soubemos que a cirurgia tinha sido remarcada. 

Uma série de fatores (convênio, médico auxiliar, hospital, etc, etc...) ocorreram para que essas mudanças acontecessem. Eu só fui entender depois que tudo passou, mas quer saber?! Foi até melhor. Deus estava preparando o que havia de melhor pra mim. Tudo no tempo Dele. Não no nosso tempo.

Arrumar as malas até que foi fácil. Sim, as malas. A minha mala para o hospital e a do meu marido e da minha filha para eles ficarem na casa da Tia Pi durante a minha internação. 

Na minha mala eu levei:

1 roupão bem quentinho (usei muito)
1 par de havaianas (usei muito)
1 par de chinelo de quarto (não usei - fiquei com medo de escorregar com ele - mas minha mãe usou muito!)
3 pijamas (usei só a calça de um nos últimos dias pq fiquei com frio. Só usei a calça mesmo e continuei com a camisola do hospital - era mais prática para tirar e fazer curativos e tudo mais)
2 roupas para a alta (só uma blusa serviu - fiquei muito inchada e voltei com a calça da minha mãe, as minhas não entravam! E isso pq eu levei 2 trocas completas já pensando nessa possibilidade, mesmo assim não serviram)
6 calcinhas (usei as mais larguinhas, algumas nem entravam também!)
4 pares de meias (usei muito)
1 sutiã (não usei - levei vários dias após a cirurgia para conseguir colocar sutiã)
1 frasqueira com produtos de banho: xampu, condicionador, desodorante, hidratante, gilete, escova de dente, creme dental, pente, essas coisas...(usei muito)
1 livro (nem tirei da mala)
1 kindle (nem tirei da mala)
1 toalha de banho (levei para a minha mãe - ela usou muito) 
1 carregador de bateria do celular (usei muito)

Por aí já dá pra perceber que se fosse hoje eu levaria apenas uma mochila! 

Eu achei que ia ficar de pijaminha. Que nada! A camisola do hospital (aquela aberta atrás e que deixa sua bunda de fora) é muito mais confortável do que qualquer pijama!! rs

Para andar no corredor eu colocava o roupão por cima e a buzanfa ficava escondida. Bem mais prático! Deveria ter pensado nisso antes!

Eu e mamis cogitamos levar uma camisola de hospital pra casa....kkkk...depois pensamos melhor e achamos que não era uma boa ideia....deixa quieto! kkkkk










quarta-feira, 19 de agosto de 2015

A certeza da decisão e os conselhos recebidos

Uma das melhores coisas que aconteceram antes da cirurgia foi conhecer a Regiane Aragão.

Um dia pesquisando sobre a cirurgia, achei vários vídeos no Youtube e decidi que iria assistir alguns. O primeiro que assisti quase me fez cair da cadeira.

De todos os vídeos disponíveis resolvi assistir esse. Deus falando comigo, só pode!

Nossas histórias eram bem parecidas e durante o vídeo quem aparece?! Meu médico. Chorei tanto, tanto (agora lembrando choro novamente!). 

Eu precisava falar com a Regiane. Eu e minha mãe começamos a procurar nas redes sociais. Minha mãe achou no Facebook, conversou com ela por lá e conseguiu o número do celular. Ela, uma querida, se colocou à disposição para me ajudar.

Entrei em contato e conversamos por muito tempo. Conforme ela ia falando eu ia me acalmando e cada vez mais tinha a certeza que tudo daria certo. 

Ela me deu várias dicas nesse dia. Uma delas que foi muito utilizada na saída do hospital (e está sendo utilizada até hoje) era a de afastar o tronco do encosto do carro durante uma lombada ou buraco. Dica valiosa!! 

Me orientou sobre o período do hospital, o que levar e tudo mais. Me deu atenção, conforto e carinho.

No final da conversa ela disse que ia me visitar no hospital. Fiquei muito feliz e bem ansiosa para esse encontro. 

Regiane, já falei isso para vc e repito agora: vc é um anjo que apareceu na minha vida! Muito obrigada! Deus te abençoe sempre! Um beijo




Preparando a casa e a mente para a cirurgia

Fiz algumas adaptações na minha casa. Não que o médico tenha pedido, mas lendo aqueles blogs que mencionei lá no primeiro post achei que ajudariam no pós-operatório.

Meu marido instalou uma barra no box para que eu pudesse me apoiar e tomar banho com mais segurança. 

Deixei um par de chinelos dentro do box também. Muito medo de cair e precisar refazer a cirurgia!! Uma vez só tá bom, né?! Não preciso de duas. 

Organizei toda a minha casa. Coloquei etiquetas em tudo. Como sou a louca da organização e como ficaria um bom tempo sem poder cuidar pessoalmente da minha casa, saí facilitando a vida do povo.

Resolvi algumas pendências e procurei deixar tudo em ordem.

Um mês antes da cirurgia deixei algumas comidas prontas no freezer. Feijão e sopa principalmente. 

Comprei alguns pijamas de frio e um sutiã tipo top para testar se após a cirurgia eu ficaria confortável com ele.

Comprei um roupão bem quentinho para levar pro hospital e um par de chinelo de quarto (aquele da vovó, sabe?!)

Ensinei a minha filha a fazer algumas tarefas domésticas. Como ela tem apenas 8 anos procurei ensinar coisas simples e nada que ofereça risco para ela. 

E ela foi ótima. Queria aprender mais e mais. E me prometeu que iria me ajudar. Uma fofa! Amor eterno.

Preparar a casa e a vida foi fácil. Difícil é preparar a mente. Muitos passeios com a família, muitas conversas com amigos e fui tentando manter a sanidade. 

















Exames e consulta pré-operação

Então em out/14 eu já tinha a cirurgia marcada para jul/15. Meu médico me pediu para fazer os exames pré-operatórios no começo de maio e levar os resultados no dia 13.5.2015.

Como tive bastante tempo entre uma consulta e outra, fui anotando em uma folha todas as dúvidas que iam surgindo. Das mais bobas até as mais sérias. A folha ficou recheada. Frente e verso. 

Chegando na consulta fiz todas as perguntas para o Dr. Marcus (algumas sem pé nem cabeça...mas faz parte...melhor perguntar do que ficar com dúvidas...rs). Ele, sempre gentil e atencioso, respondeu cada uma das perguntas. Algumas vezes ele ria e dizia: "isso é lenda da internet"....rs

Meus exames estavam todos ok. Foram vários exames no sangue e refiz raio X de frente, de lado, de corpinho jogado pra esquerda, de corpinho jogado pra direita...e por aí vai.

Um exame de extrema importância que fiz também foi os do coração. Passei por uma avaliação cardiológica. Meu maior medo na cirurgia era uma parada cardíaca na anestesia ou com a morfina. E como tenho a pressão normalmente baixa isso me afligia também. 

Quando fui fazer a avaliação a cardiologista elogiou muito o meu médico. Ela disse que muitos ortopedistas fazem a cirurgia sem pedir essa avaliação. E o risco é alto. 

(meu coração estava bem, graças à Deus)

Saí da consulta num misto de ansiedade e alegria. Chorei um pouco também. 

Ansiedade porque...né....uma cirurgia séria, grande, complexa....e alegre porque depois de 22 anos ia resolver isso de uma vez por todas!

Fiquei muito sensível nessa época pré-operação. Meu marido, minha filha, a família e os amigos foram ótimos. Recebi muito carinho. 










terça-feira, 18 de agosto de 2015

Projeto Wolverine ativar!

Projeto Wolverine possui três etapas:

1ª Etapa - CIRURGIA
2ª Etapa - RECUPERAÇÃO 
3ª Etapa - ALTA MÉDICA

A primeira etapa é a mais difícil sem sombra de dúvida. Desde tomar a decisão de operar, se preparar para a cirurgia e finalmente passar por ela. O período no hospital também não é muito fácil. 

A segunda etapa - a que estou vivendo nesse momento - é algo do tipo "o pior já passou", mas ainda possui algumas dificuldades e vários desafios. O jeito é ter fé e paciência. Fé eu sempre tive, paciência estou aprendendo.

A terceira etapa depende do êxito da primeira e da segunda - a tão desejada ALTA MÉDICA! E que venha 7/7/2016!

  

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Cirurgia: solução?

Nos últimos tempos percebi que estava ficando mais torta. E com mais dor (marido que o diga de tanto que reclamava!!!).

Não sabia se era só a "TORTICE" mesmo ou se já estava virando TORTURA! Só que eu tomava um remédio para dor e só. Eu já estava conformada que seria uma velhinha bem tortinha!

Então....por indicação de um amigo do meu marido fui em um ortopedista especializado em escoliose - eu já tinha desistido da minha coluna, mas marido insistiu e eu marquei a consulta! Te amo, benhê!

O médico - Dr. Marcus Alexandre Mello Santos - pediu uns exames e no dia 8.10.2014 levei os resultados para ele.

A consulta foi ótima. Ele esclareceu todas as minhas dúvidas.

E a indicação era uma cirurgia. Sempre foi, né?! Só que há 22 anos atrás não tínhamos a tecnologia, o avanço da medicina e a segurança que o Dr. Marcus Alexandre me passava. 

Agora era diferente. Os riscos que eu tinha no passado estavam minimizados. E depois, tudo tem uma hora certa para acontecer. Eu precisava viver tudo o que vivi para chegar até aqui. E se eu estivesse no lugar da minha mãe também teria optado pelo tratamento conservador. Eu tinha apenas 12 anos, não sabíamos nada sobre escoliose e tudo parecia tão assustador! 

(todo o meu respeito e admiração pelas meninas que passam por essa cirurgia, porque sei que não é fácil!) 

O Dr. me explicou que o desgaste na minha coluna estava evoluindo e a tendência era aumentar de 0,5º a 1º por ano. Estava com 50º. 

O problema da evolução é que com a "tortice" os órgãos - principalmente pulmão e coração - ficam comprometidos. 

Eu tinha 56º quando descobrimos, fiquei com 45º depois do tratamento (colete, fisioterapia, RPG e natação) e agora estava com 50º e isso iria aumentar....

Para não sofrer no futuro precisava corrigir ela logo. O Dr. disse que minha coluna estava bem desgastada em razão da minha escoliose e isso não é normal para uma pessoa da minha idade (34 anos). É mais ou menos como se eu tivesse a coluna de uma velhinha...

Choquei! Chorei! Fiquei arrasada.

:(

Ele disse que tinha osteofitose ou no popular "bico de papagaio". Gente vi no Google que essa doença aparece em pessoas com mais de 50 anos....

Por causa dessa osteofitose é que estava sentindo dores mais frequentes (os papagaios estavam gritando!!! - na verdade acho que tinha papagaio, tucano, arara....).

Por ora o Dr. disse para tomar um remédio para dor porque não tinha muito o que fazer não. 

Conforme ele me explicou podia me programar para a cirurgia com calma e decidimos que iria operar em julho/15 (mês que o marido e filha estão de férias). 

O Dr. disse que ficarei pelo menos uns 6 meses após a cirurgia com algumas limitações. Vida normal só depois de 1 ano (que é o período que a coluna leva para se adaptar a nova situação - ele explicou o processo disso - minha coluna precisa desse tempo para se calcificar totalmente). 

O bom é que ele confirmou com umas manobras que ele fez em mim que tenho a coluna flexível (disse que minha coluna parece de uma menina de 14 anos em termos de flexibilidade) e que a operação provavelmente será apenas na curva principal (torácica - a parte da corcundinha). Ele disse que na hora da cirurgia pode ser que a curva secundária "se arrume sozinha" depois que a principal for corrigida. E isso significa menos parafusos e recuperação mais rápida.

Ele disse que pode até zerar a minha coluna, que ficarei retinha e vou crescer alguns centímetros...(gostei dessa parte de crescer depois de velhaca!)

A gibosidade (termo bonito para a corcunda) não vai desaparecer tooootalmente, mas vai diminuir bastante, conforme o Dr. me explicou. 

E o meu ombro vai ficar no lugar certo - isso é bom pq significa que a alça do sutiã não vai mais ficar caindo toda hora - o que é um saco! Quem tem escoliose vai entender!

:)

Depois da cirurgia precisarei manter o peso e praticar exercícios para fortalecer a lombar durante a vida toda.

Bom é isso.

Fiquei bem confiante de que essa seria a solução para acabar com todas essas dores que me incomodavam a tanto tempo - e essa corcunda e esse ombro caído e tudo o que vem no pacote da escoliose. 

Então....como disse na época para a minha família - comecei o projeto Wolverine (o Wolverine tem adamantium no esqueleto dele e eu titâneo no meu esqueleto!)

E vamo que vamo.




Vida adulta e as dores

Quando abandonei o colete, ainda fiz fisio e natação por um tempo, mas depois cansei de tudo e desencanei!

Fui trabalhar e fazer faculdade. Casei. Vida normal.

Mochila e salto alto sempre me causavam dores, mas teimosa que sou tomava um analgésico e pronto.

No início da vida adulta as dores eram esporádicas.

De tempos em tempos eu marcava uma consulta com o ortopedista só pra checar que estava tudo na mesma.

Antes de engravidar tirei um RX (tudo continuava igual!) e fiz sessões de RPG.

Durante a gravidez senti muitas dores. Mulheres grávidas já sentem desconforto na coluna em razão da gestação, imagina eu?! 

Continuei com a RPG e ela me ajudou muito! Saía da sessão me sentindo muito bem. Consegui fazer até o 8º mês de gestação.  

O período da amamentação (minha filha mamou no peito até os dez meses) também foi difícil e depois bebê no colo. E bebê vai engordando e crescendo e a postura da mamãe só piorando....

E eu nem ligava. Tomava um remédio pra dor e vida que segue. 

Até que as dores aumentaram muito. E se tornaram bem frequentes. 

Quando digo que depois dos 30 ferra tudo, ninguém acredita....rs 





O tratamento conservador

Usei colete Milwaukee. É um colete que ocupa todo o torso, da pélvis até a base do crânio. O colete consiste em: Anel cervical, Barras de alumínio posterior, Barra de alumínio central,Cesto Pélvico em polipropileno, Coxins laterias ou almofadas posteriores. 

Usei durante 4 longos anos. No primeiro ano 23 horas por dia. Só tirava para tomar banho e ir ao banheiro. No segundo e terceiro anos 18 horas por dia e no último ano 12 horas por dia.Era terrível. Eu odiava usar esse colete. Ele me machucava muito tanto física quanto psicologicamente. Naquela época não se falava em bullying, mas era isso que eu sofria diariamente. Os apelidos era muitos e todos extremamente ofensivos. Adolescentes podem ser muito cruéis.

:(

Era para eu usar dos 12  até os 18, mas com 16 eu parei. Por minha conta e risco. Cansei. Minha mãe ainda insistiu comigo, mas não via melhora nenhuma. No primeiro ano do tratamento conservador eu passei dos 56º para 45º, mas depois mantive os 45º, sem qualquer melhora adicional. Além do colete, eu fazia fisioterapia 3x por semana e natação 2x por semana. Veja que adolescência animada eu tive: fiso, natação e colete! Uow!!! Que legal! 

#sqn


A adolescência teve um lado bom (sempre tem um lado bom!). Eu me tornei uma leitora voraz. Lia muito. Muito. E estudava muito também. Lembrem-se: não tínhamos internet naquela época ainda....rs













A descoberta da escoliose

Eu tinha 12 anos quando descobri que tinha escoliose. Foi por acaso. Ninguém nunca tinha reparado que eu era torta. 

Eu fazia natação e peguei uma micose na piscina. Minha mãe marcou uma consulta com uma dermatologista e na recepção do consultório uma senhora virou para minha mãe e disse: "A senhora sabe que sua filha tem um problema grave de coluna, né?!"

Minha mãe olhou para a senhora surpresa e indignada e respondeu: "Acho que está enganada. Minha filha não tem problema nenhum. Vamos filha, a dra. está chamando!".

Depois da consulta nunca mais vimos a tal senhora. 

Só que minha mãe ficou com aquilo martelando na cabeça e marcou uma consulta com um ortopedista só pra ter certeza que estava tudo bem e que aquela senhora estava errada.

Só que a senhora não estava errada.

Só com o exame clínico o ortopedista já confirmou que eu tinha escoliose. Nós não sabíamos o que era escoliose. Conhecimento zero. 

O médico pediu um RX e com ele a confirmação: 56º de escoliose. A indicação já era uma cirurgia. 

Minha mãe foi atrás de outras opiniões. E aí começou a saga. Passei por diversos ortopedistas, fisioterapeutas e fisiatras e todos confirmavam o diagnóstico. Alguns diziam que só uma cirurgia resolveria o meu caso e outros que poderia ser feito um tratamento conservador.

Minha mãe optou pelo tratamento conservador, um vez que não se sentiu muito segura com nenhum médico para realizar a cirurgia. 








Um blog sobre escoliose? Pra quê?

Olá pessoas,

meu nome é Marcela, tenho 34 anos, sou casada e tenho uma filha de 8 anos. Escrevo no blog "Cafofo da Cacau" e resolvi criar esse blog para contar tudo que passei em razão da minha escoliose.

Em 7.7.2015 fiz a cirurgia para correção da escoliose. 20 parafusos, 2 hastes e uma recuperação que está indo muito bem, obrigada!

Quando soube que precisaria realizar a cirurgia fiquei muito confusa, insegura e cheia de dúvidas.

Apesar do apoio da minha família e todas as informações e a segurança que meu médico me passava, eu precisava de mais. Eu queria ler relatos e conhecer (ainda que virtualmente) outras pessoas que estavam passando ou já haviam passado por isso.

Por meio do Google descobri alguns blogs que me ajudaram muito nesse processo de preparação para a cirurgia. Toda minha gratidão pelas meninas que escreveram relatos tão honestos, tão sinceros e tão detalhados!! Obrigada!

Seguem os links para quem tiver interesse em conhecer a história dessas queridas:





Infelizmente ainda são poucos os relatos que encontramos na internet, por essa razão resolvi fazer o meu relato também. 

Então vamos lá....