quarta-feira, 26 de agosto de 2015

UTI - parte I

Meu médico já tinha me avisado que eu sairia do centro cirúrgico direto para a UTI. Então eu tratei de avisar todo mundo que isso ia acontecer para ninguém ficar assustado.

Porque...né...vc pergunta: "e aí tudo bem, como foi a cirurgia?" e a resposta é "ela tá na UTI!". A pessoa já pensa que aconteceu algum problema!

Cheguei na UTI um pouco atordoada ainda. Não lembro de ter visto meu marido e minha mãe. Eles me disseram que foram me ver pouco depois da minha chegada lá. Por volta das 13h00/14h00.

Minha mãe ficou lá comigo a tarde toda e eu não lembro.

Só lembro deles na visita das 17h30.

Foi perto desse horário que me dei conta que estava ligada em um monte de coisa. Bomba de morfina, aparelho que monitora o coração, soro, sonda, dreno, e por aí vai....E que estava com muita fome e muita sede! Pedi para a enfermeira água e ela me deu só um pouquinho e disse para eu tomar bem devagar para não vomitar. Disse também que eu iria jantar mais tarde.

Não conseguia me mexer. 

A morfina já estava fazendo efeito e eu até que me sentia bem. Só tinha um pouco de frio, apesar do cobertor. 

Meu marido veio me ver (pela segunda vez) e estava muito emocionado. Eu também. Não tinha sido fácil, mas conseguimos! 

Ele me contou a conversa que teve com o meu médico e disse que eu estava com uma cara boa. Perguntei da nossa filha e ele disse que ela estava doida para me ver, mas só poderia quando eu fosse para o quarto por determinação do hospital. Nunca fiquei longe dela desde o nascimento. Foi difícil para nós duas. 

Marido me deu um beijo e disse que ia sair para a Tia Rose e a Tia Pi entrarem. Pedi que ele voltasse depois.

Primeiro a Tia Rose veio me ver e depois a Tia Pi. As duas muito emocionadas (acredito que a reação de todos era de alívio por me verem bem! Eu me senti muito amada!).

Depois lembro de falar com a minha mãe para ela ir tomar um banho e descansar que eu tinha condições de ficar sozinha na UTI. Ela insistiu, mas entendeu que precisava descansar para "dar conta" de cuidar de mim quando eu fosse para o quarto. E depois, na UTI ela teria que dormir em uma poltrona. No quarto não, tinha um sofá-cama bem bom. E essa decisão foi ótima, porque ela conseguiu descansar e assim enfrentar os dias no quarto.


Marido voltou. Conversamos um pouco e quando ele já estava indo embora chegou o meu jantar. Aí ele ficou e me deu a comida na boca. Estava faminta e comi tudo! Aquela comida do hospital estava ótima! rs

Depois ele foi embora para cuidar da nossa pimpolha e descansar. Mamis e tias também foram embora. O dia tinha sido de fortes emoções!

Não consegui dormir nada. Eu dava alguns cochilos e só. Era um entra e sai de médicos e enfermeiros. Cada hora vinha um e monitorava uma coisa, aplicava um medicamento...a equipe da dor vinha e me perguntava de 0 a 10 qual era a minha dor? Respondi 8, depois 4 e 3. Elas disseram que eu estava indo muito bem.

Uma enfermeira vinha sempre checar o dreno. E dizia que estava indo bem também.

Me explicaram que eu estava ligada na bomba de morfina e essa liberava medicamento de hora em hora, mas se eu precisasse de mais era só apertar um botão que deixaram ao alcance da minha mão. Coloquei na minha cabeça que eu não ia apertar o botão. Só quando eu realmente não aguentasse de dor.

Eu passei a noite sozinha na UTI e foi a melhor coisa que fiz. Minha mãe não ia conseguir dormir e as enfermeiras eram ótimas, cuidavam super bem de mim. Especialmente a Iracema. Uma doçura de pessoa!

De madrugada eu falei pra ela que precisava escovar os dentes. Ela deu risada e disse "você não pode sair dessa cama, mas vamos dar um jeito!". Saiu e voltou com um enxaguante bucal. Não era a mesma coisa, mas ajudou! rs






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