segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

5º Mês

Passei bem a maior parte dos dias. Só fiquei com dor nos dias em que a temperatura caiu, mas mesmo assim um dorflex resolveu e tudo bem novamente!

Continuo fazendo uma hora de esteira por dia, agora um tantinho mais rápida e continuo sem abaixar, pegar peso e rotacionar o tronco.

Dormir está melhor. Agora deito de bruços, de lado, de barriga pra cima e consigo me mover com facilidade.

Sentei no chão. Levantei do chão. Tranquilo! 

Aposentei o travesseiro do carro de vez!

Começo a perceber que a minha cicatriz está mais clara. O óleo de rosa mosqueta está dando resultados!!

O grande diferencial desse mês foi o grupo Amigos Parafuso que criei no WhatsApp! Gente que que é aquilo?! Todos com parafusos ou na iminência de colocá-los, todos vivendo com escoliose. Tem sido uma troca incrível. A gente torce por cada conquista, a gente chora, a gente ri.....a conversa acontece o tempo todo. Combinamos de deixar no silencioso e trocar figurinhas sempre que possível. Em todo momento tem alguém lá conversando. Muito bacana! Pessoal vcs são incríveis!  

(se quiser participar me mande seu telefone no marcela.nicioli@gmail.com )

Agora só apareço aqui no ano que vem. Então...quero desejar um FELIZ NATAL e um 2016 MARAVILHOSO para todos vcs! 






ATUALIZAÇÃO EM 29/2/2016: O Grupo Amigos Parafuso no WhatsApp cresceu muito e eu não dei conta. Preferi sair do grupo (ele ainda continua!) e conversar com cada um individualmente. Dessa forma consigo dar mais atenção as pessoas que me procuram. Agradeço a compreensão.






sexta-feira, 13 de novembro de 2015

4º Mês


Ah o calor! Bendito seja!

Me sinto bem disposta! Passei muito bem esse 4º mês! As pessoas não acreditam que eu esteja tão bem em tão pouco tempo de operada.

A caminhada diária na esteira está me fazendo muito bem. O corpo está mais solto, os movimentos mais fácies de realizar, a fadiga se foi.

Sinto um desconforto na região lombar quando acordo, mas é só eu começar a me movimentar que o desconforto desaparece.

Acho que sinto isso devido a posição na hora de dormir. Acredito que quando eu pego no sono pesado devo tentar dormir "tortinha" e acabo forçando a lombar...

Fui na dentista. Fiquei preocupada com a cadeira e aquele levanta e senta, mas foi tranquilo...expliquei que tinha feito a cirurgia na coluna e ela usou o sugador o tempo todo para eu não precisar ficar levantando. 

Voltei a cozinhar. Lavo louça (nada pesado, nada de esfrega, esfrega). Panela de pressão, por exemplo, eu deixo pro marido lavar.

Os passeios ficaram mais tranquilos. Não me sinto tão cansada como antes. O travesseiro inflável tem ficado no carro na maioria das vezes.

Fui na dermatologista e ela receitou uma manipulação com óleo de rosa mosqueta 10% para passar na cicatriz, uma pomada e muito protetor solar. Disse para sempre ter cuidado com a exposição ao sol, porque a pele da cicatriz é muito delicada.

A consulta com o Dr. Marcus que estava marcada para 10/11 foi reagendada para 12/11. Na consulta levei um novo raio X e o Dr. disse que está tudo em ordem e evoluindo da forma esperada. 

Ele me liberou para fazer bicicleta ergométrica e disse para continuar fazendo a esteira. Me liberou para ir na piscina, por enquanto sem nadar, só para diversão mesmo.

Falei pra ele dos desconfortos que sinto na região lombar e as dorzinhas que aparecem de vez em quando e ele me explicou que é tudo em razão da perda muscular que tive por não estar fazendo força. Disse que na próxima consulta provavelmente ele vai me liberar para fazer exercícios e aí com a musculatura fortalecida tudo vai melhorar.

O incômodo por causa do frio ainda vai me acompanhar.....mas ele disse que com o passar do tempo isso também melhora.

Antes da cirurgia eu tinha 50º na torácica e 30º na lombar e agora tenho 17º na torácia e 0º na lombar. Não é incrível?! 

O segredo é ter paciência! Tô tentando, tô tentando....rs

E para fechar o mês com chave de ouro, meus primos queridos Pamela e Henrique vieram aqui e nos convidaram para sermos padrinhos do casamento que será em abril! Eu e marido ficamos muito emocionados e felizes com o convite.

Ah....fiquei muito feliz com a repercussão do blog também! Algumas leitoras entraram em contato comigo e isso me deixou muito contente! É bom conseguir levar um pouco de conforto para as pessoas que estão ou vão passar por isso. É gratificante poder retribuir toda a ajuda que recebi. Obrigada meninas! Vcs são demais! 

4º Mês da 2ª etapa do Projeto Wolverine concluído com sucesso.



terça-feira, 13 de outubro de 2015

3º Mês

Com essa vida mansa que estou levando engordei 3 Kg! Preciso me cuidar e parar de comer todas as guloseimas que vejo pela frente! 

Meu estado geral está muito bom. Me sinto bem, graças à Deus! 

Consegui sentir alguns parafusos e fiquei bem impressionada! Marido, filha e minha irmã Sharon também sentiram. 

Tem um jeito que eu fico que dá pra ver os parafusos. Achei bem estranho no começo, agora estou acostumando. Sinistro!

Todos os dias eu vejo a cicatriz. Não sei explicar porque, mas tenho um sentimento de amor por ela. 

Fico feliz sempre que termino de me vestir e me vejo no espelho! As roupas agora ficam no lugar certo e isso é muito bom!

Como a fadiga persistia entrei em contato com o meu médico e ele me liberou para fazer uma hora de esteira por dia. Só caminhada, nada de correr.

Faço a caminhada diariamente com a minha amiga e vizinha Luiza e está me fazendo muito bem! Ao longo do mês pude perceber que a fadiga diminuiu bem. O cansaço não vem assim tão facilmente. Minha locomoção melhorou muito também. Não fico mais igual a um robozinho.  

O engraçado é que o povo tá todo enlouquecido na academia treinando forte e eu lá no passo da tartaruga! Alguns ficam olhando pra mim sem entender nada. Eu me divirto! kkkkk

O INSS me afastou por três meses apenas e precisei voltar lá para pedir a prorrogação, já que meu médico determinou que eu ficasse seis meses em casa. Não consegui passar pela perícia por causa da greve. Remarcaram para final de novembro. 

Minha recuperação está indo muito bem. Não fossem as intercorrências (faringite, infecção de urina e alergia) acredito que teria sido bem mais fácil! 

O saldo desse terceiro mês é muito bom! Estou feliz! 










2º Mês

No segundo mês eu já conseguia fazer alguns passeios. Nada muito demorado ou cansativo. No carro eu já não precisava mais do travesseiro, nos outros locais ainda sim. 

Consegui perceber que as cadeiras do comércio de Campinas não são nada confortáveis! :(

A fadiga ainda era minha companheira. As caminhadas diárias estavam me ajudando a ter mais fôlego, mas ainda assim me sentia cansada com facilidade.

Espirrar começou a ser menos estranho. A dor na região abdominal acabou.  

Consegui usar sutiã com fecho atrás e foi tranquilo. A cicatriz está ficando bem bonitinha! 

Em casa já conseguia guardar algum objeto fora do lugar e arrumar a cama. Sem dar aquela jogada de lençol, manja?! Era esticando um pouquinho aqui e um pouquinho ali e no final a cama ficava mais ou menos....rs

Também dobrava as roupas que a minha filha tirava do varal e conseguia guardar as peças que ficavam em gavetas mais altas, nas gavetas mais baixas minha filhota guardava. 

Lavei a louça do jantar certa noite (copos, pratos e panelas) e marido quando viu me deu a maior bronca. Eu, como esposa obediente que sou, não lavei mais....rs

Na cozinha já conseguia preparar lanches rápidos. Uma refeição completa ainda não. 

Essas pequenas tarefas domésticas já me deixaram bem feliz. As poucos a vida ia voltando ao normal.  

Tivemos alguns dias de frio e eu fiquei com dor novamente. Cogitei com marido de irmos morar no Nordeste! 

Tirando os dias de frio, tudo ia bem até que tive febre e um mal estar terrível. Fui parar no Pronto Socorro e o diagnóstico: infecção de urina. O médico me receitou um remédio e eu tive uma reação alérgica fortíssima. Precisei retornar ao Pronto Socorro e com uma nova medicação melhorei. Minha sogra ficou em casa me ajudando com tudo porque eu passei alguns dias na cama.

Recebi a visita da Pamela e do Henrique, meus primos queridos e fiquei muito feliz! 

Mamis começou a ficar mais tranquila vendo meus progressos. 

Papai ficou feliz em me ver tão bem em tão pouco tempo.

Com isso fechamos mais um mês. Que venham os próximos!



























terça-feira, 6 de outubro de 2015

4ª semana em casa

Sarei da faringite, o tempo esquentou e meu estado geral melhorou muito!

Voltaram as aulas da minha filha e com isso eu passei a ficar sozinha no período da tarde. Basicamente eu passava as tardes assistindo seriados ou lendo.  

Como ainda não podia abaixar quando algo caia no chão - e isso acontecia com uma frequência cada vez maior  - eu pegava com o pé ou deixava lá até uma alma caridosa pegar pra mim! 

As dores amenizaram. Um comprimido de dipirona voltou a resolver a situação. 

A fadiga continuava. A dor no omoplata melhorou um pouco. Espirrar continuava sendo tenso. 

Deitar de lado, virar e levantar na cama começou a ficar um pouco mais fácil. Fiquei menos robô.

Já conseguia tomar banho sozinha e me vestir. Só precisava de ajuda para lavar a região da cicatriz e colocar os sapatos.

A única tarefa doméstica que fazia era o café. Ainda assim porque era na cafeteira elétrica e eu só precisava colocar o pó e a água.

:)

Passei a fazer 20 ou 25 minutos de caminhada por dia.

Consegui ir na missa e jantar no shopping, mas sempre com o travesseiro no carro e levando meu travesseiro inflável para todos os lugares. As pessoas ficavam olhando, só que eu não estava nem aí. Em primeiro lugar meu bem estar.

Fui de enfeite no supermercado. Meu marido e filha fizeram as compras e eu só acompanhei os dois. 

Minha filha passou mal e precisou vomitar algumas vezes e eu sem pensar acabava me abaixando para socorrê-la e com isso fiquei com dor uns dois dias. Mãe é mãe não tem jeito. Dipirona e repouso me deixaram melhor. 

Para fechar a semana fui na minha consulta de um mês com o Dr. Marcus. Levei chocolates e um coração cheio de gratidão. Agradeci por tudo que ele tinha feito por mim e disse que estava muito feliz com o resultado. Ele, sempre gentil e humilde, me deu um sorriso acanhado e abaixou os olhos dizendo que apenas tinha feito seu trabalho. Eu retruquei "e que trabalho, hein?! Não é para qualquer um sair abrindo as costas dos outros, colocando uns parafusos e mudando toda uma vida, hein?! Hein?!". Ele sorriu novamente.

Um lorde esse Dr. Marcus! E eu uma ogra! Uma ogra bocuda e feliz! :P

Ele viu meu Raio X e meu exame de sangue. Confirmou que a anemia acabou e suspendeu o ferro que eu estava tomando. Disse que tudo que eu estava sentindo era normal e que a partir do segundo mês os incômodos iam diminuir bastante. Especialmente na região do omoplata. Essa parte tinha sido muito mexida e por isso eu sentia tanto.

Ele viu minha cicatriz e disse que a cicatrização estava muito boa. Fez novamente a recomendação de não pegar peso, abaixar e rotacionar o tronco. Perguntei se já estava liberada para alguma atividade e ele disse que apenas caminhada. Uma hora por dia. E liberou subir e descer escada. Com moderação. 

Isso foi ótimo porque para chegar na portaria do meu condomínio eu precisava dar o maior rolê por meio das rampas de acesso. Com a liberação, bastava subir e descer uma escadinha.

Tudo o que eu não tive coragem de perguntar antes da cirurgia eu perguntei nessa consulta. Aí fiquei sabendo que "o barato é louco!!". Furaram minhas vértebras, colocaram parafusos e cimento ortopédico misturado com meus ossinhos dos bicos de papagaio triturados. Punk, não?!

Aí eu perguntei porque eu sentia dor na região abdominal e ele disse que era por causa da posição que fiquei durante a cirurgia. E imagino que por causa da pressão também, né?! Pensa no médico lá furando suas vértebras? Nada delicada a cirurgia, hein?! Jesus!

Como disse um amigo do meu marido: "sua esposa é bruta!". 

Esqueci de perguntar com quantos graus eu fiquei. Agora saberei só na próxima consulta que será no dia 10/11/2015. Se bem que pra mim não faz diferença nenhuma, mas tenho curiosidade em saber.

Fui na perícia do INSS. O médico disse que ia me afastar do trabalho, mas não disse por quanto tempo. Meu médico disse para eu ficar seis meses em casa. 

E assim completei um mês de cirurgia. Ufa! 














segunda-feira, 5 de outubro de 2015

3ª semana em casa

Marido voltou a trabalhar nessa semana e eu fiquei em casa só com a minha filha. Durante o dia eu ficava quietinha e minha filha me ajudava no que era preciso. Banho eu só tomava quando o marido chegava do trabalho. 

Na hora do almoço minha vizinha e amiga Luíza me ajudava. Ela fazia a comida e colocava na mesa. Foi assim praticamente a semana toda. Muita gratidão!

Um dia desses assistindo televisão passei a mão pela cicatriz e senti uma linha, até pensei em puxar - achei que era da blusa - sorte que perguntei pro marido o que era primeiro e ele me disse: "são seus pontos, sua maluca!". Aff....quase que arranco! kkkkk

Mudou o tempo aqui em Campinas e eu sofri demais com o frio!

Muita dor!! Voltei a tomar os 2 comprimidos que o meu médico receitou. Agora sei exatamente o que é sentir frio na espinha! Literalmente! E sei também que não é lenda a relação de pinos, parafusos e frio!

Não encontrava uma posição agradável para ficar. Sentada doía, deitada doía, andando doía...tudo doía. A dor na madrugada também voltou. 

A impressão é que toda a melhora que tive na semana passada não se manteve essa semana. Todos os movimentos voltaram a  ficar difíceis. 

Meu humor também não ficou nada bom. Fiquei bem azeda!

E sentia muito cansaço. Muita fadiga. Muita mesmo. Parecia velhinha que não podia ver uma parede que estava encostando e não podia ver uma cadeira que já estava sentando.

Fui até o Pronto Socorro tirar os dois pontos externos. Como meu médico é de São Paulo e eu de Campinas, ele me deu uma carta para levar até o Pronto Socorro. Passei com um ortopedista que tirou os pontos para mim. Foi rápido, fácil e indolor. E um alívio porque eu já estava bem incomodada com as "linhas de pesca" penduradas nas minhas costas!! 

O ortopedista que me atendeu ao ver meu Raio X disse que a cirurgia tinha sido muito bem feita e que tudo o que eu estava sentindo era normal. 

No final da semana comecei a sentir dor na garganta, muita moleza e a tossir muito. Se espirrar era tenso, tossir mais ainda. Me sentia muito mal e meu marido precisou me levar ao Pronto Socorro novamente.

Chegando lá o diagnóstico: faringite! Nunca tive isso na vida, aí pego isso bem na recuperação da cirurgia. Fui premiada, hein?!

#sqn

Tomei medicação na veia e voltei pra casa um pouco melhor. Só que precisei tomar codeína. Bendita seja a codeína! Meu médico receitou a dipirona para dor e a codeína para dor forte. Desde que saí do hospital eu não tinha precisado tomar a codeína porque a dipirona resolvia, só que com as crises de tosse a dor nas costas era insuportável. E aí...não teve jeito. Dá-lhe codeína! 

Minha cicatriz que era apenas um fiozinho de cima até embaixo ficou mais grossa por causa de tanta tosse que eu tive. 

Minha sogra cuidou de mim, da filhota e da casa enquanto meu marido trabalhava porque eu não tinha condições de nada.

Fiz exame de sangue e pelo menos a anemia havia acabado. 

Semana difícil, viu?! 















quinta-feira, 1 de outubro de 2015

2ª semana em casa

E não é que de uma semana para outra as coisas melhoraram?

A fraqueza acabou. Voltei a ficar coradinha. O apetite voltou.  

Dor forte daquelas de enlouquecer não tive mais. Tive algumas dores, algumas dorzinhas, muitos incômodos e várias sensações esquisitas.

Ficava sentindo uns "choques" que percorriam minhas costas inteiras. Sentia muita coceira também. Só que a coceira era lá dentro, não sei explicar. Era bem estranho. Sentia umas fisgadas também. 

O inchaço diminuiu. A região do omoplata continuava doendo.

Tiramos o curativo da cicatriz de uma vez. Que alívio! A sensibilidade nas costas ainda era muito grande e trocar o curativo era dolorido demais! 

A cicatriz já estava bem sequinha, mas eu sentia um pouco de dor nos dois pontos externos. O meu médico deu dois pontos - um em cima e outro embaixo - o restante era ponto interno. E esses dois pontos me incomodavam.

Comecei a passar uma pomada na cicatriz e um óleo que me deram no hospital.

Para virar de um lado para o outro na cama era dolorido (doía a região do omoplata). Conseguia dormir de lado, mas bem pouco tempo, logo já precisava ficar de barriga para cima. 

Sentar e levantar só se fosse bem devagar. Continuava andando feito um robô.

Já conseguia levantar da cama sozinha. Ainda era dolorido, mas de madrugada quando precisava ir ao banheiro, eu ia sozinha e assim deixava meu marido descansar. Durante o dia eu pedia para ele me guinchar...rs

Já era possível pentear os cabelos e me alimentar sozinha. Para tomar banho e me vestir ainda precisava de ajuda. Escovar os dentes estava um pouco mais fácil. 

Ao longo dessa semana minha força para acionar a descarga e a torneira voltaram.

No dia 21/7 saí de casa pela primeira vez. Eu precisava tirar um Raio X para levar na consulta de um mês de operada e como meu marido ia voltar a trabalhar na outra semana, achamos melhor já deixar o Raio X pronto.

Tomei banho e meu marido me ajudou a me vestir. Como eu ia pra rua, pedi para ele me ajudar a colocar o sutiã (daqueles tipo nadador, sabe?! Que abre na frente?! O de gancho atrás não tive coragem de colocar).

Quando me vi no espelho de sutiã comecei a chorar. Meu marido e minha filha ficaram sem entender.

Foi a primeira vez na minha vida que o sutiã ficou reto! Descobri a escoliose aos 12 anos bem na época que comecei a usar sutiã e eles sempre ficavam tortos. Ou na frente ou nas costas. Nunca vestiam da forma correta e não importava o modelo do sutiã. Todos vestiam mal. E eu sempre tive paixão por sutiã e isso me incomodava muito. Foram 22 anos usando sutiã torto, sabe o que é isso?!

Fiquei feito menina que coloca o primeiro sutiã! Foi um momento forte pra mim. Caiu a ficha que meu corpo tinha mudado! Passada a emoção fiquei eufórica e já pedi para o meu marido me levar no shopping porque eu queria comprar todos os sutiãs disponíveis!!! Um de cada cor e modelo!!! :)

Aí já fiquei pensando no biquíni que finalmente ia vestir certo e eu não ia mais ter vergonha de ir na piscina e na praia...

Para ir até a clínica levei um travesseiro para colocar no encosto do carro e levei um pequeno (daqueles infláveis) para usar lá na clínica. E foi ótimo porque sem ele eu não ia conseguir sentar confortavelmente na cadeira.

Fiz o exame e fiquei muito emocionada quando vi o resultado da cirurgia! Ah....estava muito sensível! Eram muitas emoções para um dia só!

Eu me sentia tão bem que depois do exame paramos para lanchar. Cheguei em casa um pouco cansada e precisei deitar.

No dia 23/7 era a estréia do filme Carrossel e minha filha estava doida pra ver. Falei para o meu marido para irmos ao cinema e se eu não me sentisse bem a gente voltava pra casa. Expliquei para a minha filha e ela entendeu.

Então fomos para o cinema, levei meu travesseiro inflável e deu tudo certo! Assistimos o filme, comemos pipoca e depois ainda fomos comprar uns sutiãs novos pra mim!

Do mesmo jeito cheguei em casa cansada, mas feliz! Não precisei tomar remédio, um bom banho e cama foram suficientes para me deixarem bem.

A vida estava entrando nos eixos novamente.....nossa rotina estava voltando....que delícia!

















terça-feira, 29 de setembro de 2015

1ª semana em casa

A primeira semana em casa foi a mais difícil. Eu precisava tomar vários remédios a cada seis horas e meu estômago já estava reclamando. 

A anemia me deixava bem cansada, sem energia. Tomar banho, por exemplo, era muito desgastante. Trocar de roupa, fazer curativo...tudo isso era muito cansativo. 

Eu precisava de ajuda para tudo. Para deitar e levantar da cama ou do sofá eu precisava ser guinchada. Para colocar ou tirar roupa, para pentear o cabelo, para comer, dar descarga, acionar a torneira...tudo...eu não tinha força pra nada. E quando tentava fazer alguma dessas coisas era bem dolorido e acabava desistindo.

Meu marido cuidou muito da minha alimentação. Pegava no meu pé mesmo para eu me alimentar. Eu não tinha apetite. Ele fazia sucos e sopas. Durante todo o dia ele me dava muitas frutas também. Me dava bife de fígado, arroz, feijão, carne, frango, peixe e vegetais para comer. Quem me conhece sabe que eu não como carne vermelha, então era muito difícil pra mim, mas eu queria melhorar logo, então eu comia tudo o que ele colocava no prato. Fazendo careta igual criança, mas comia.

Eu me sentia muito fraca e passava o tempo quase todo deitada ou sentada com travesseiros nas costas. 

Continuava bastante inchada. 

Espirrar era estranho. A primeira vez que espirrei achei que todos os parafusos iam sair do lugar. Foi muito esquisito. Parece que "balança" tudo lá dentro. 

As minhas costas ainda estavam bem sensíveis e era muito difícil quando trocava o curativo ou lavava a região da cicatriz.

Dormir só de barriga pra cima. Durante todo o tempo que fiquei no hospital eu dormia assim e em casa não foi diferente. Deitar de lado era dolorido. 

A região do omoplata doía muito, muito mais que as outras partes. 

Minha pressão que já é baixa normalmente, ficou ainda mais baixa. Teve um dia que eu quase desmaiei durante o banho. Sorte que meu marido estava comigo e me segurou, senão eu ia pro chão. 

Apesar de tudo isso, eu fazia caminhada diariamente no condomínio em que moro. Eram 10 ou 15 minutos e só. Quando o cansaço batia forte eu caminhava dentro do apartamento mesmo. Rolê sala-quarto-cozinha.  

O bom de estar em casa era que eu conseguia dormir melhor. 

No final dessa semana os sintomas da anemia já eram menores e eu começava a me sentir mais forte. A medicação mais pesada acabou e ficou apenas o remédio para dor, se necessário. O meu médico prescreveu 2 comprimidos. Comecei a tomar apenas 1 para testar e percebi que era suficiente. A dor ia embora. 

A melhora era lenta. Cada dia eu me sentia um pouquinho melhor. Acho que se não fosse pela anemia, eu teria enfrentado essa semana com mais facilidade.










quinta-feira, 24 de setembro de 2015

4º dia no Quarto - Alta do hospital

Como nos outros dias acordei muito enjoada, com a cabeça rodando, a pressão baixa e com muitas náuseas, mas dessa vez não vomitei.

Tomei café da manhã e depois um banho. Só que como nos outros dias sentada. Fiquei pensando como ia tomar banho em casa....

Fiquei lá quietinha esperando a alta médica. Foi o dia mais longo de todos. As horas não passavam. 

Almocei. 

O médico assistente do Dr. Marcus, o Dr. Alexandre Roberto Aprile, foi lá me visitar. Disse que eu estava com anemia e receitou duas bolsas de sulfato ferroso para eu tomar antes da alta médica. 

Parecia que estavam injetando coca-cola em mim...rs

Conforme a medicação ia entrando na minha corrente sanguínea eu ia me sentindo melhor. Meu estado geral melhorou muito. Só que de tudo que tomei no hospital, essa medicação foi a que mais demorou. 

Minha mãe já tinha feito as malas, marido e filha ansiosos para a minha saída e aquilo pingando devagarzinho, devagarzinho...

O Dr. Alexandre conversou longamente comigo e com o meu marido sobre os cuidados que precisaríamos ter em casa. Ele receitou vários medicamentos e deixou a papelada para a minha alta assinada.

Basicamente eu não poderia abaixar, pegar peso e rotacionar o tronco. Assim parece fácil, mas na prática....

Tomei café da tarde e nada da medicação acabar.

Quando a bendita medicação acabou, chamamos a enfermeira Mércia e ela ajudou a me preparar para sair do hospital. 

Minhas calças não entravam. Voltei com uma calça da minha mãe. Sutiã nem pensar. Aliás, só de pensar em colocar eu já sentia dor. O jeito foi voltar com uma blusa preta bem larguinha e como estava frio eu coloquei um casaco por cima. Peitolas sem sutiã devidamente escondidas! 

A Regiane me orientou a ficar atenta com os calçados. No hospital eu só usei chinelo havaiana, porque ficava firme no pé e para ir embora fui de tênis. Cair ou tropeçar era assustador demais.

Chegou um enfermeiro com uma cadeira de rodas. Dei o maior rolê pelo hospital. Do quarto onde estava até o estacionamento onde estava nosso carro era bem longe. 

Antes de partir me despedi da equipe que tinha cuidado de mim. Todos foram maravilhosos. Muita gratidão por eles! 

Marido colocou um travesseiro no banco da frente e me ajudou a entrar no carro. Foi um tanto complicado, mas conseguimos. Ele passou o cinto de segurança em mim, filhota se ajeitou atrás e lá fomos nós.

Antes de pegar a estrada passamos na casa da Tia Pi (que é bem próxima ao hospital). Ela ficou na portaria do prédio esperando. Nem descemos do carro. Só queríamos agradecer tudo o que ela tinha feito por nós. Eu fiquei muito emocionada quando disse pra ela "estamos voltando para casa"

E pegamos a estrada. Dentro da cidade foi meio doloridinho, apesar de todo o cuidado do meu marido em dirigir, mas na estrada foi mais tranquilo.

Chegando em Campinas precisávamos passar em uma farmácia para comprar a medicação que o Dr. havia receitado e que eu precisava começar a tomar imediatamente, pois os efeitos dos remédios que havia tomado no hospital já tinham passado e as dores chegavam com tudo. Além disso eu estava com fome.

Marido passou na casa da minha sogra (que é bem perto da minha casa e da farmácia também). Eu e a Quel ficamos lá, enquanto ele foi comprar os medicamentos. 

Cheguei e já fui procurando a cama da sogra. Foi bem difícil deitar. Fiquei lá deitada até a minha sogra terminar a sopa que estava no fogão me esperando. Ela me ajudou a levantar da cama e me deu a sopa (na boca porque era doloroso demais tomar sozinha). Estava terminando de tomar, quando marido chegou. 

Fomos para casa. E nada como chegar em casa. Que alegria! Que emoção!

Saí de casa com o coração cheio de esperança e voltei com ele cheio de gratidão. O pior já tinha passado. Obrigada, Senhor!

Chegando em casa, marido me ajudou a colocar o pijama e a escovar os dentes. Me deu os remédios que eu precisava e eu dormi algumas horas.

Acordei de madrugada para tomar a medicação e fazer xixi. Levantar e deitar na cama sozinha era muito dolorido, então meu marido me ajudava.

Do mesmo jeito que no hospital eu não tinha força para acionar a torneira e a descarga. Estava dependente para tudo.

(a única coisa que eu conseguia fazer sozinha era me limpar no banheiro! Ufa! Pelo menos isso!)











































quarta-feira, 23 de setembro de 2015

3º dia no Quarto


Acordei com dor e muito enjoada. Vomitei novamente. 

Como no dia anterior, tomei banho e o banho era um santo remédio!

Eu me mexia sempre muito devagar. O corpo todo estava muito dolorido e eu muito inchada. 

Eu não tinha força nem para acionar a torneira ou a descarga. Precisava de ajuda para tudo.

Pentear o cabelo e passar xampu era muito dolorido (eu tentei, mas desisti!).

Fazia muito frio nesse dia. Pedi para a Mércia colocar uma calça em mim. Estava muito inchada e a calça do pijama quase que não entrava. Ela sugeriu que eu colocasse a blusa do pijama também, mas não tive coragem. A camisola do hospital era bem confortável! rs

Meu médico veio me visitar e disse que no dia seguinte eu teria alta. Eu sinceramente não me via bem o suficiente para ter alta, mas queria ir para casa logo. Nunca havia ficado tanto tempo em um hospital. 

E depois a rotina do meu marido, da minha filha e da minha mãe estava bem difícil também. Eles se desdobravam para me ajudar e precisavam descansar. E nada como a casa da gente, né?!

(mal sabíamos que em casa "o barato ia ficar louco"!)  :(

Minhas irmãs Sharon e Yasmin foram me visitar. Uma grande alegria pra mim! Passaram o dia todo comigo!

A Cris, a Amanda e a Amélia também foram me visitar. Era muito bom receber essas visitas! 

O dreno foi retirado. Não senti dor alguma. Foi bem tranquilo. E uma dorzinha chata que eu tinha no local do dreno sumiu. Fiquei com uma ferida bem feia nesse local, mas ela não doía. Meu marido até tirou foto para eu ver porque ele achou que eu estivesse sentindo dor ali, mas não doía não. Ali não doía, só em todo o resto....aff.

Trocar o curativo era bem doloroso porque minhas costas estavam muito sensíveis. Meu médico me explicou que essa sensação ainda permaneceria por algumas semanas. 

Nada nem ninguém podia tocar nas minhas costas sem que eu sentisse dor. Sentia também muita aflição. O meu médico até me disse que isso tem um nome, mas eu esqueci.

Trocar curativo era tenso.

O lençol e a camisola precisavam estar beeemmmm esticadinhos. Qualquer dobrinha de tecido em contato com a minha pele era demais para mim.

Se você for visitar uma pessoa que acabou de operar a coluna não dê tapinhas nas costas dela durante o abraço, combinado?! Nem abrace. É, não abrace, não toque no tronco da pessoa. Parece meio óbvio, mas as pessoas fazem isso. Acredite! Deve ser a força do hábito...

Consegui ficar sentada na poltrona do quarto sem ficar com a cabeça rodando. 

Comi e dormi melhor. 

Eu tinha uma sensação de que eu estava torta quase que o tempo todo. Quando eu deitava sentia que minha cabeça estava "caindo". Quando eu sentava sentia que estava tombando para o lado. Era muito estranho. Só que normal. Meu médico explicou que o cérebro leva um tempo para entender que o corpo havia mudado.

Conversei com a fisio sobre isso também e ela me orientou a ficar me olhando no espelho para que o cérebro entendesse a minha nova postura. 

E me olhar no espelho foi ótimo. Além de melhorar essa sensação me deixou muito feliz. Apesar de estar muito inchada era possível ver as alterações no meu corpo. Tudo alinhado. Tudo retinho. 

Ombros, cintura, quadril tudo alinhado e a giba tinha praticamente desaparecido. O sentimento era de que estava valendo a pena passar por tudo isso!

Fiz fisioterapia. Alguns exercícios respiratórios e lá fui eu passear no corredor. Dessa vez foi um pouco mais fácil.

Agora "das coisas que a gente só conta porque tem blog"....para ter alta eu precisava fazer o número 2, só que toda a medicação que eu estava tomando me impediam de fazer o número 2. A minha dieta era laxativa, mas nem assim.....nadica de nada....e eu já estava há vários dias sem fazer....

As enfermeiras começaram a me dar muitos remédios laxativos e toda a família estava na torcida para que eu conseguisse e assim ter alta no dia seguinte. No grupo da minha família no WhatsApp era um tal de #vaicocô e #façamerda. Não aguento esse povo! kkkkkk

Por volta das 23h consegui. Ufa!

#fizmerda

ps: pq né, a gente tá lá toda ferrada no hospital, cheia de dor, mas não perde o bom humor! :) 


























sexta-feira, 18 de setembro de 2015

2º dia no Quarto

Durante todo o período em que fiquei internada eu dormia aos pouquinhos. Eram apenas pequenos cochilos. E só. 

A dor era constante, mas a medicação tornava suportável. 

Acordei muito enjoada. Não consegui comer nada, apenas tomei leite com café. Me sentia mal. 

A enfermeira me deu a medicação e tirou a bomba de morfina. E me disse que o fisioterapeuta estava lá fora. Pedi para a enfermeira avisá-lo que eu não estava, mas não teve jeito...rs

O fisioterapeuta entrou no quarto e disse que íamos andar. Eu falei que me sentia mal e ele insistiu. 

Bastou ele me sentar na cama para a minha cabeça começar a rodar. Ele disse que era assim mesmo e que ia me colocar de pé. Eu insisti com ele que não estava me sentindo bem e ele me colocou de pé. O homem era mais teimoso que eu! Hunf!

Mal encostei os pés no chão e já comecei a vomitar no fisioterapeuta. Tadinho! O jaleco dele era tão branquinho! Eu avisei que eu não estava bem. 

E eu não sei você, mas eu não posso vomitar que me dá vontade de chorar. Aí eu vomitava, chorava e sentia uma dor nas costas absurda (não teve jeito acabei encurvando o corpo e isso doeu muito!).

Passei muito mal. Ele me sentou novamente na cama e chamou uma outra enfermeira. A Mércia, um anjo de pessoa. Cuidou de mim com tanto carinho! Bjo Mércia!

Aí a Mércia vendo a minha situação me colocou na cadeira de banho e me levou para o banheiro. Gente! Que sensação maravilhosa tomar banho!! E finalmente banho de chuveiro!  Eu saí dali renovada! 

A água quentinha aliviava as dores, relaxava....era bom demais! Mércia me deu banho, me vestiu, me ajudou a escovar os dentes, penteou meu cabelo e me deitou na cama.

Agora eu era gente cheirosa novamente!

Só que fiquei exausta! Tudo isso me cansou demais! 

Passei o resto da manhã quietinha. Marido e filha chegaram. 

Almocei bem pouco. A comida não descia. Aí meu marido conversou com a pessoa responsável pela alimentação e ela mudou a minha dieta e passou a me mandar sopas e caldos, ao invés de arroz com feijão e carne. Aí era mais fácil para o meu estômago aceitar. 

No começo da tarde a Regiane e a Aline foram me visitar. Nem acreditei! Fiquei tão feliz! Eu falei da Regiane aqui e da Aline aqui.

Foi muito bom ver duas pessoas que já tinham passado por tudo aquilo que eu estava passando ali na minha frente. As duas super bem, felizes e com as colunas parafusadas também!

Conversamos muito! Elas passaram a tarde toda lá. Conversaram com meu marido, minha filha e minha mãe. E foram tão carinhosas comigo. Tão amigas. Parecia que a gente já se conhecia desde a infância....rs

E era 9/7, feriado em São Paulo. As duas passaram a tarde toda de um feriado lá no hospital comigo. Tem como não ficar com o coração cheio de amor e gratidão?! Duas lindas! 

Enquanto elas estavam lá veio um outro fisioterapeuta me ver. Ele disse vamos passear no corredor?! Aí eu contei para ele o que aconteceu pela manhã. Ele disse que já sabia, mas que agora seria diferente.

E foi mesmo. Ele me sentou na cama. A cabeça começou a rodar. Respirei fundo. Ele me colocou de pé. Respirei mais ainda. E aos pouquinhos consegui dar meus primeiros passos pós cirurgia.

Passos lentos e um tanto dolorosos, mas passos. Eu estava andando. E reta, muito reta (e estava segurando o meu dreno tb!).

Saímos do quarto e avançamos pelo corredor. Devagar e sempre. Aos poucos a cabeça foi parando de rodar e a sensação de andar começou a ser bem boa! 

As meninas me incentivavam, mamis chorava, marido filmava e filha ia caminhando ao meu lado.

E sem fraldas! Quando eu precisasse ir ao banheiro bastava chamar uma enfermeira para me tirar da cama e me levar até lá. Ufa! Foi um acontecimento! :)

Voltei para a cama para descansar. Exausta novamente.

Regiane e Aline foram embora e a Pivarada veio me visitar novamente. 

Consegui comer e dormir um pouco. O dia foi bem animado.


































sexta-feira, 28 de agosto de 2015

1º dia no Quarto

Cheguei no quarto me sentindo bem, mas ainda estava assustada com a dor que tinha sentido por causa da colocação da fralda. Fiquei pensando que ela seria trocada em algum momento.... :(

Quando vi minha família no quarto comecei a esquecer da fralda....

Marido, filha e mamis já estavam lá (aliás eles ficaram no hospital o tempo todo!!! Só amor por eles!). 

Aí meu pai, madrasta e minha irmã Jéssica entraram no quarto. Quando minha irmã veio falar comigo ela estava tão emocionada....acho que a última vez que vi ela chorando ela devia ter uns 3 anos....aí eu também comecei a chorar. E as duas chorando sem parar, aí eu sentia dor e ela pedia desculpas e aí eu dava risada e sentia dor também...rs...aí combinamos de parar de chorar e de rir! 

Meu tio Pedro foi me ver também e levou minha vó (aquela que estava chorando sem parar na véspera da cirurgia!) e adivinhem?! Ela levou um monte de chocolates pra mim!! Dos bons!! rs

Tia Rose e Tio Ricardo também estavam lá. Foi muito bom ver todos ali!

(maior galera no quarto!! O Hospital era bem tranquilo no quesito visita!)

Sempre que chegava uma refeição meu marido me ajudava. Apesar de já conseguir me mexer um pouco, ainda estava tudo meio dolorido. E eu continuava bem inchada. A impressão que tinha era que além dos parafusos na coluna, haviam colocado um bebê na minha barriga! :P

As visitas foram embora. Marido e filhota ainda ficaram mais um pouco e depois foram também (esses dois só iam embora segundos antes do horário da visita terminar...rs).

Comecei a ficar com vontade de fazer xixi. E a vontade foi aumentando e se transformando em dor e a dor só aumentando. Não conseguia fazer xixi na fralda. Não podia sair da cama e comecei a ficar bem agitada.

Minha mãe não sabia mais o que fazer comigo. Chamou a enfermeira e ela disse que quando tira a sonda é normal essa dificuldade e que poderia levar até umas 6 horas para normalizar e até esse tempo se eu não fizesse xixi ela passaria uma sonda de alívio, mas que seria melhor que eu fizesse na fralda porque com sonda sempre existe o risco de infecções. Eu já estava mais de 4 horas sem sonda.

Eu pensei "Risco de infeccção?! Não, obrigada. Vou fazer esse xixi e é agora!!". E nada. E nada. E nada. Passou uma hora e nada. E a dor aumentando. Pedi para minha mãe chamar a enfermeira novamente. Ela veio e disse que ia pegar o material para passar a sonda de alívio. Antes dela voltar eu consegui fazer xixi na fralda. Ufa! 

E a dor passou no mesmo momento. Muito maluco. Estava sentindo muita dor, MUITA DOR e aí fiz xixi e nada de dor. 

Bateu o desespero. Ela ia trocar a fralda. E para isso ia levantar meu quadril.....a enfermeira chegou com o material e eu disse que havia conseguido fazer. Ela então chamou outra enfermeira para trocarem a minha fralda. 

Eu tratei de apertar o botão da bomba de morfina, mas ainda assim foi muito dolorida a troca.  

(agora deixa eu conversar com você mãe: troque a fralda do seu bebê sempre que perceber que está cheia! É muito desagradável ficar com a fralda cheia de xixi!! - ainda bem que eu sempre trocava a fraldinha da minha filha assim que ela fazia xixi!!!).

Fui medicada. Tomei remédio para dor, para fazer o intestino funcionar, uma injeção anti-coagulante na barriga bem dolorida, etc, etc, etc...

Depois de tudo isso eu e mamis dormimos um pouco. 

Acordei de madrugada com dor, mas antes mesmo de chamar a enfermeira ela apareceu para me dar medicação. Voltei a dormir.






























quarta-feira, 26 de agosto de 2015

UTI - parte II

Amanheceu. Pela manhã me sentia muito fraca. Trouxeram o café da manhã e minha mãe chegou. Ela me ajudou a tomar o café com leite e a comer algumas bolachas.

Meu médico veio me ver. Conversamos um pouco e ele disse que ia me dar alta da UTI e que eu iria para o quarto mais tarde.

Comecei a ficar bem esquisita. Meu marido chegou e assumiu o lugar da minha mãe. Ele percebeu que eu não estava muito bem. Minha pressão caiu. 7x5 e a glicemia também estava bem baixa. Me deram soro e aos poucos fui melhorando.

Não consegui almoçar direito. O estômago estava bem "embrulhado". E eu não tinha força pra nada.

A fisioterapeuta veio me ver e disse que eu deveria ficar sentada e fazer exercícios respiratórios. Se estivesse com força eu teria dado gargalhadas. Pensei essa aí é doida. Mal consigo respirar, como vou sentar?!

Pois é. Ela disse "Vamos. Vc precisa sentar e fazer exercícios respiratórios!" e eu tive vontade de chorar. Só pensava: Como assim?! Deixa eu quieta aqui, por favor!!!".

Marido todo carinhoso me disse que ia conseguir. E lá fui eu.

A fisio me levantou e minha cabeça começou a rodar, fiquei sem ar. Ela dizia que era assim mesmo e que era pra eu respirar fundo.

Cada vez que eu respirava a sensação que eu tinha era que estava tudo "grudado" lá dentro e começava a "desgrudar". Muito estranho. Muito dolorido. Queria chorar, mas fiz tudo o que ela me mandava.

Aos poucos fui me sentindo melhor. E percebi que a Áurea (fisio) era a minha malvada favorita!

Continuei com os exercícios respiratórios mais um pouco e a Áurea me deitou novamente.

Comecei a querer sair logo dali. Os exercícios me fizeram muito bem.

Fui medicada e fiquei lá esperando a alta. Marido trocou com a mamis e mamis quando soube nem acreditou que eu tinha ficado sentada em tão pouco tempo de operada.

Ficamos aguardando arrumarem o quarto para que eu pudesse ter alta.

Minha mão estava com o acesso ainda e muito muito inchada e sensível. Perguntei para a enfermeira se ela podia tirar o acesso dali e colocar no outro braço e ela prontamente trocou. Que alívio!

Ela também tirou a sonda e até que foi tranquilo, mas eu ainda não podia andar e então como ia fazer xixi?!

Pois é...colocaram uma fralda em mim. Senti muita dor. Muita DOR. Quase morri quando levantaram o meu quadril para colocar a bendita fralda. Apertei o botão da bomba de morfina e a dor foi amenizando. Pior momento até aqui.

Me prepararam para a alta da UTI e a ida para o quarto. 

Quando saí da UTI vivi momentos de muita emoção. Assim que a porta da UTI abriu vi minha filha lá me esperando. Linda. Toda preocupada, queria saber se eu estava bem, me fez carinho e me entregou uma cartinha linda!! 

Eu e ela ficamos muito emocionadas. 

Depois fui de elevador para o quarto e saindo do elevador vi meu pai, minha madrasta e minha irmã Jéssica. Todos bem emocionados também.












































UTI - parte I

Meu médico já tinha me avisado que eu sairia do centro cirúrgico direto para a UTI. Então eu tratei de avisar todo mundo que isso ia acontecer para ninguém ficar assustado.

Porque...né...vc pergunta: "e aí tudo bem, como foi a cirurgia?" e a resposta é "ela tá na UTI!". A pessoa já pensa que aconteceu algum problema!

Cheguei na UTI um pouco atordoada ainda. Não lembro de ter visto meu marido e minha mãe. Eles me disseram que foram me ver pouco depois da minha chegada lá. Por volta das 13h00/14h00.

Minha mãe ficou lá comigo a tarde toda e eu não lembro.

Só lembro deles na visita das 17h30.

Foi perto desse horário que me dei conta que estava ligada em um monte de coisa. Bomba de morfina, aparelho que monitora o coração, soro, sonda, dreno, e por aí vai....E que estava com muita fome e muita sede! Pedi para a enfermeira água e ela me deu só um pouquinho e disse para eu tomar bem devagar para não vomitar. Disse também que eu iria jantar mais tarde.

Não conseguia me mexer. 

A morfina já estava fazendo efeito e eu até que me sentia bem. Só tinha um pouco de frio, apesar do cobertor. 

Meu marido veio me ver (pela segunda vez) e estava muito emocionado. Eu também. Não tinha sido fácil, mas conseguimos! 

Ele me contou a conversa que teve com o meu médico e disse que eu estava com uma cara boa. Perguntei da nossa filha e ele disse que ela estava doida para me ver, mas só poderia quando eu fosse para o quarto por determinação do hospital. Nunca fiquei longe dela desde o nascimento. Foi difícil para nós duas. 

Marido me deu um beijo e disse que ia sair para a Tia Rose e a Tia Pi entrarem. Pedi que ele voltasse depois.

Primeiro a Tia Rose veio me ver e depois a Tia Pi. As duas muito emocionadas (acredito que a reação de todos era de alívio por me verem bem! Eu me senti muito amada!).

Depois lembro de falar com a minha mãe para ela ir tomar um banho e descansar que eu tinha condições de ficar sozinha na UTI. Ela insistiu, mas entendeu que precisava descansar para "dar conta" de cuidar de mim quando eu fosse para o quarto. E depois, na UTI ela teria que dormir em uma poltrona. No quarto não, tinha um sofá-cama bem bom. E essa decisão foi ótima, porque ela conseguiu descansar e assim enfrentar os dias no quarto.


Marido voltou. Conversamos um pouco e quando ele já estava indo embora chegou o meu jantar. Aí ele ficou e me deu a comida na boca. Estava faminta e comi tudo! Aquela comida do hospital estava ótima! rs

Depois ele foi embora para cuidar da nossa pimpolha e descansar. Mamis e tias também foram embora. O dia tinha sido de fortes emoções!

Não consegui dormir nada. Eu dava alguns cochilos e só. Era um entra e sai de médicos e enfermeiros. Cada hora vinha um e monitorava uma coisa, aplicava um medicamento...a equipe da dor vinha e me perguntava de 0 a 10 qual era a minha dor? Respondi 8, depois 4 e 3. Elas disseram que eu estava indo muito bem.

Uma enfermeira vinha sempre checar o dreno. E dizia que estava indo bem também.

Me explicaram que eu estava ligada na bomba de morfina e essa liberava medicamento de hora em hora, mas se eu precisasse de mais era só apertar um botão que deixaram ao alcance da minha mão. Coloquei na minha cabeça que eu não ia apertar o botão. Só quando eu realmente não aguentasse de dor.

Eu passei a noite sozinha na UTI e foi a melhor coisa que fiz. Minha mãe não ia conseguir dormir e as enfermeiras eram ótimas, cuidavam super bem de mim. Especialmente a Iracema. Uma doçura de pessoa!

De madrugada eu falei pra ela que precisava escovar os dentes. Ela deu risada e disse "você não pode sair dessa cama, mas vamos dar um jeito!". Saiu e voltou com um enxaguante bucal. Não era a mesma coisa, mas ajudou! rs






segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Antes e depois


Eu cheguei no hospital com 53 kg, 1,60 m e sem nenhum parafuso.

Depois da cirurgia eu fiquei com 55 kg (muito inchada!!), 1,64 m e 20 parafusos.

Abaixo o antes e o depois por dentro e por fora:

antes e depois desvio coluna escoliose

Fico chocada quando vejo esse Raio X. Não é incrível?! 

desvio na coluna


(esses pontinhos nas minhas costas na foto do meio foram feitos pelo meu marido com caneta....momento descontração pré-cirurgia...algo do tipo: "vamos ver onde o Dr. vai cortar?!") rs

Nessa foto a giba é bem perceptível, não?!

Gente, devo confessar....nunca imaginei na minha vida publicar fotos assim! Eu morria de vergonha de aparecer nas fotos de costas. Já rasguei e já deletei muita foto! Só que tudo na vida a gente supera, né?! 

Agora vejam o resultado. Eu gostei muito!! Tudo nivelado. Cintura dos dois lados. Na foto não dá pra perceber, mas meu ombro direito era bem caído e isso me incomodava muito. Agora ele tá retinho! Eu fico falando "Eu tenho ombro! Eu tenho ombro!" :D

Só quem tem desvio na coluna entende! Feliz!!! :)

A cirurgia foi feita para que eu pudesse ter mais qualidade de vida, porque viver com dor ninguém merece. Só que Deus é tão bom que além disso eu tive um bônus sensacional que foi a questão estética.

Alguns podem pensar: "tá, mais você ficou com uma cicatriz enorme!". Sim, fiquei. 30 cm. E ela é a marca do milagre de Deus na minha vida. É a marca da minha vitória. Não foi fácil chegar até aqui e toda vez que vejo minha cicatriz lembro do quanto eu sou FORTE!

Todo mundo agora aplaudindo o Dr. Marcus e sua equipe!! Clap clap clap






Cirurgia

Às 6h40 vieram me buscar. Dei um tchau pra minha mãe que ficou com cara de choro, mas aguentou firme. 

(achei que eu ficaria muito nervosa nesse momento, mas até que fiquei bem...o sentimento era de "vamos logo com isso!")

Me levaram para uma sala com várias macas. Uma enfermeira mediu minha pressão e verificou a minha temperatura. Depois vieram dois anestesistas e me fizeram várias perguntas. Eles me passaram muita segurança, disseram pra eu ficar tranquila que o meu médico era muito experiente e que em breve eu já estaria bem. 

E me deixaram lá...eu estava com muita fome. Muita fome. Estava em jejum desde às 22h00 do dia anterior. 

E aí além da fome, me deu sede e vontade de fazer xixi. Eu - inocente - sabe de nada - achei que era só perguntar pra enfermeira onde era o banheiro e ir lá....que nada....a enfermeira veio com a "comadre" e falou pra eu fazer ali mesmo. 

E eu fiquei com aquela cara de "oi?!". Ela disse levanta o quadril. Eu levantei. Ela colocou a "comadre" e disse agora relaxa e faz. 

Ah tá....simples assim....#sqn

A tal da comadre era gelada e fazer xixi deitada não é nada agradável....mas a vontade era tanta que fiz ali daquele jeito. Péssimo! 

Aí avisei que tinha terminado e ela me deu um papel para eu me enxugar. Que ótimo! Super legal! #sqn2

(mal sabia que iria passar por situações ainda mais estranhas!)

Depois de algum tempo finalmente me levaram para o centro cirúrgico. Eram 7h50. Antes de ir pedi para a enfermeira avisar a minha mãe que eu estava indo para lá. 

Minha mãe me disse depois que ela avisou e que levou um susto, pois achava que eu já estava no centro cirúrgico. 

Chegando no centro cirúrgico fiquei espantada com a quantidade de gente que tinha lá dentro. Enfermeiro, instrumentador, anestesista e sei lá mais quem.....

Não vi meu médico, nem o assistente dele e isso me deixou um pouco nervosa. Perguntei onde estavam e me disseram que estavam se preparando para a cirurgia. 

Eles começaram a colocar eletrodos nos meus tornozelos (servem para monitorar a medula óssea durante o procedimento cirúrgico) e passavam uma "fita"...eu comecei a ficar igual uma múmia! 

Percebi que estava muito frio lá dentro. 

Lembro que eles estavam muito atarefados para um lado e para o outro checando tudo. Um enfermeiro bem bonzinho colocou o acesso na minha mão e mais algumas coisas que só entendi depois. 

Na minha frente tinha um quadro com uma espécie de "check list". E apareciam três colunas: Pré-anestesia, Pré-incisão e Pós-operatório. 

Estávamos na coluna Pré- anestesia. E eles iam ticando o que ia sendo feito. Quando chegou mais ou menos na metade da lista eu já estava bem nervosa e pedi para me colocarem pra dormir, um deles disse: "Ainda não, fica aqui, você é legal!" e começou a conversar comigo para descontrair. 

E eles continuaram ticando, ticando....dali a pouco veio o enfermeiro bonzinho e colocou uma "almofadinha que saía ar" no meu nariz e lembro que ele me perguntou três vezes se eu estava acordada. Lembro de ter respondido duas vezes que sim e na última vez não consegui mais responder. Apaguei.

Durante a cirurgia, minha mãe, meu marido e filha, Tia Rose e Tia Pi ficaram no quarto aguardando informações. Fizeram oração, conversaram e tentaram ficar calmos. 

A cirurgia durou três horas mais ou menos. 

Quando acordei estava bem atordoada e com dor (mas era uma dor que eu já havia sentido antes, não era nada absurdo). 

Sei que comecei a chorar muito. Primeiro por estar viva e depois por ter terminado aquela agonia de "vou operar a coluna". 

Não dá pra negar que dá medo fazer uma cirurgia desse porte. Eu tive medo. Muito medo. Pedi muito à Deus para dar tudo certo. E naquele momento eu agradeci chorando muito. 

Uma enfermeira me vendo chorar tanto perguntou: "você está com muita dor?!". Eu respondi: "não. Tô viva!" e sorri para ela. Ela me devolveu o sorriso. 

Aí eu perguntei se minha família já sabia que eu estava bem e ela me explicou que meu médico estava conversando com o meu marido naquele momento. 

(marido disse que meu médico contou que tudo havia corrido bem, que eu havia ficado estável durante todo o procedimento, que perdi pouco sangue e que ele conseguiu corrigir 70% da escoliose, que só operou a parte torácica mesmo e que eu tinha agora 20 parafusos na coluna. Disse ainda que eu ia ficar bem feliz com o resultado).

 Os enfermeiros me colocaram numa maca e me levaram para a UTI.














quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Dia da internação

Ficou acertado que eu iria internar às 0h00 do dia 7/7 e deveria chegar no hospital às 23h30 do dia 6/7.

Nosso carro estava lotado. Além das malas, tinha brinquedo, travesseiro e cobertor. Combinei de encontrar a minha mãe no hospital. 

No dia 6/7 fomos para São Paulo na hora do almoço (eu, marido e filha). A ansiedade era muita para ficar em casa esperando as horas passarem. 

Almoçamos na estrada e fomos para a casa da minha Tia Rose. E foi ótimo! Lá nós conversamos, vimos filme, demos risadas (todo mundo nervoso, mas tentando disfarçar...rs...eles pensam que me enganam...tsc..tsc..).

Minha avó (que já tem mais de 80 anos) me ligou. Aí ela começou a chorar no telefone e dizia: "mas vc vai ter q operar mesmo?!". Minha vontade era desabar e chorar, mas fui forte e disse: "vó, fica tranquila! Quando eu for para o quarto a senhora vai lá me visitar. Na quarta-feira a senhora vai lá me ver! Tá bom? E por favor leve chocolates. Dos bons, tá?!" Ela riu e disse que ia levar muitos chocolates.

(ela é muito velhinha....fiquei com o coração apertado, não queria que ela sofresse!) 

Jantamos e partimos para a casa da Tia Pi. Meu marido e minha filha iam ficar hospedados lá. Arrumei as coisas para eles e dei uma milhão de instruções para a Pi! rs

(Pi está desnorteada até agora. Desculpe, Pi!)

Às 23h00 fomos para o Hospital. Chegando lá encontrei a minha mãe sentadinha na recepção. 

Vontade de chorar, mas eu sou forte e fiquei firme!

Fui na recepção e as meninas me disseram que às 0h00 elas iam me chamar para fazer a internação. 

Minha filha é muito abençoada...ela começou a fazer um "show de mágica". Foi ótimo. Demos risadas e ficamos lá esperando dar o horário.

Às 0h00 a atendente me chamou e eu e meu marido fomos preencher a papelada e ela nos conduziu até o quarto. Foi todo mundo: eu, marido, filha, mãe e Tia.

Minha filha disse que o quarto parecia hotel. Abracei meu marido, minha filha e a Tia e antes de chorar já fui dando tchau para eles. 

Fiquei no quarto com a minha mãe. Eu achei melhor meu marido ficar com a nossa filha (que já ia ficar sem a mãe) e a minha mãe ficar comigo no hospital. 

Dois enfermeiros apareceram no quarto e colheram sangue, checaram temperatura e pressão. Um deles me disse que era pra eu tomar banho por volta das 6h00 com um produto que ele deixou lá (era tipo um sabonete - acho que bactericida). Ele explicou que era para passar o produto no corpo todo, principalmente nas costas e perguntou se eu ia precisar de ajuda. Eu perguntei se a minha mãe poderia me ajudar e ele disse que sim.

Deixou lá uma camisola e a toalha e disse que era pra descansar.

Eu e mamis até tentamos dormir, mas não conseguimos. Aí ficamos conversando a noite toda. 

Quando era umas 5h00 já fui tomar banho e tomei um bem demorado (ops! eu sei, racionamento de água, mas eu estava nervosa!) 

Fiquei prontinha deitada na cama esperando virem me buscar. 












Dias antes da cirurgia e o que levar para o hospital

Dias antes da cirurgia eu estava uma pilha de nervos e tentava parecer calma sem muito sucesso :(

Eu ficava muito nervosa pensando na minha filha, no meu marido, na casa, em tudo....

Eu também tinha muito medo "de não dar conta". Li relatos de pessoas que diziam que sofreram demais, sentiram muita dor e aí eu pensava: será que eu vou aguentar??? 

Minha cirurgia foi inicialmente marcada para às 7h00 do dia 3/7 no Hospital Edmundo Vasconcelos, SP. 

Uns dois dias antes mudaram para às 10h00 só que no Hospital Alvorada e depois na véspera da cirurgia mudaram para 7/7 às 7h00.

Claro que todas essas mudanças só me deixaram ainda mais nervosa e aflita. Na véspera já estávamos com tudo pronto para colocar no carro e partir para São Paulo (eu moro em Campinas) quando soubemos que a cirurgia tinha sido remarcada. 

Uma série de fatores (convênio, médico auxiliar, hospital, etc, etc...) ocorreram para que essas mudanças acontecessem. Eu só fui entender depois que tudo passou, mas quer saber?! Foi até melhor. Deus estava preparando o que havia de melhor pra mim. Tudo no tempo Dele. Não no nosso tempo.

Arrumar as malas até que foi fácil. Sim, as malas. A minha mala para o hospital e a do meu marido e da minha filha para eles ficarem na casa da Tia Pi durante a minha internação. 

Na minha mala eu levei:

1 roupão bem quentinho (usei muito)
1 par de havaianas (usei muito)
1 par de chinelo de quarto (não usei - fiquei com medo de escorregar com ele - mas minha mãe usou muito!)
3 pijamas (usei só a calça de um nos últimos dias pq fiquei com frio. Só usei a calça mesmo e continuei com a camisola do hospital - era mais prática para tirar e fazer curativos e tudo mais)
2 roupas para a alta (só uma blusa serviu - fiquei muito inchada e voltei com a calça da minha mãe, as minhas não entravam! E isso pq eu levei 2 trocas completas já pensando nessa possibilidade, mesmo assim não serviram)
6 calcinhas (usei as mais larguinhas, algumas nem entravam também!)
4 pares de meias (usei muito)
1 sutiã (não usei - levei vários dias após a cirurgia para conseguir colocar sutiã)
1 frasqueira com produtos de banho: xampu, condicionador, desodorante, hidratante, gilete, escova de dente, creme dental, pente, essas coisas...(usei muito)
1 livro (nem tirei da mala)
1 kindle (nem tirei da mala)
1 toalha de banho (levei para a minha mãe - ela usou muito) 
1 carregador de bateria do celular (usei muito)

Por aí já dá pra perceber que se fosse hoje eu levaria apenas uma mochila! 

Eu achei que ia ficar de pijaminha. Que nada! A camisola do hospital (aquela aberta atrás e que deixa sua bunda de fora) é muito mais confortável do que qualquer pijama!! rs

Para andar no corredor eu colocava o roupão por cima e a buzanfa ficava escondida. Bem mais prático! Deveria ter pensado nisso antes!

Eu e mamis cogitamos levar uma camisola de hospital pra casa....kkkk...depois pensamos melhor e achamos que não era uma boa ideia....deixa quieto! kkkkk